José Dirceu diz que ainda não se decidiu sobre se candidatar à Câmara dos Deputados em 2026. (Foto/Senado)
O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu afirmou neste sábado (15) que recebeu duas missões do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A primeira é ajudar a organizar a eleição interna do Partido dos Trabalhadores. A segunda, seria se candidatar a deputado federal em 2026. A declaração foi dada durante sua festa de aniversário, neste sábado, em São Paulo. Na sexta-feira (14), Lula e Dirceu se encontram na capital paulista.
“O presidente já tinha me convocado para duas tarefas: participar do processo de eleições diretas do PT, como militante, claramente apoiando o Edinho”, disse.
O PT realizar em julho uma eleição para a escolha da nova presidência do partido. Edinho Silva, ex-prefeito de Araraquara (SP), é o candidato preferido por Lula. Mas o nome dele enfrenta resistência de um grupo dentro da legenda, liderado pela ex-presidente do PT e agora ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.
Sobre a disputa à Câmara dos Deputados, no entanto, Dirceu afirmou que ainda não se decidiu. “Isso eu vou fazer no final do ano. Agora, temos de governar o Brasil, apoiar o presidente para sairmos dos problemas que estamos enfrentando no país e também com a situação internacional, que é muito grave”.
Quem é José Dirceu
Mineiro de Passa Quatro, no sul de Minas Gerais, José Dirceu comemorou 79 anos neste sábado (15). Entrou na política como líder estudantil contra a ditadura militar e, depois, ajudou na fundação do Partido dos Trabalhadores.
Chefe da Casa Civil do primeiro governo do presidente Lula, Dirceu teve o mandato de deputado federal cassado em 2005 no escândalo do Mensalão. Desde então, foi preso quatro vezes.
Foi condenado pela Operação Lava Jato:
em 2016, por corrupção passiva, pelo recebimento de propina de um contrato fechado em 2009 entre a Petrobras e a empresa Apolo Tubulars.
em 2017, pelos crimes de associação criminosa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro na investigação que apurava condutas ilícitas na Engevix e na Petrobras;
em maio de 2019, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Investigação aponta que Dirceu e seu irmão, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, teriam recebido propina em esquema de corrupção que envolvia a assinatura de contratos milionários com a Petrobras.
A segunda turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, no ano passado, extinguir condenação imposta ao ex-ministro em 2016, por um crime que teria sido cometido em 2009. No entendimento dos ministros do STF, o crime já estava prescrito no momento da denúncia.
Também em 2024, o ministro Gilmar Mendes determinou a anulação de todos os atos processuais do ex-juiz Sergio Moro em relação às outras duas ações penais contra José Dirceu no âmbito da operação Lava Jato. A decisão permitiu que Dirceu deixasse de ser ficha suja e se tornasse elegível.
Fonte: O Tempo