'FORA LULA, ANISTIA JÁ'

Após denúncia por tentativa de golpe, Bolsonaro reúne apoiadores em Copacabana, no Rio de Janeiro

Primeira mobilização de aliados do ex-presidente após denúncia da PGR por tentativa de golpe busca pressionar pela anistia dos condenados pelo 8/1

Ana Paula Ramos/O Tempo
Publicado em 16/03/2025 às 08:29
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Ex-presidente Jair Bolsonaro reúne apoiadores para manifestação em Copacabana, no Rio de Janeiro. (Foto/Fernando Frazão/Agência Brasil)

A oposição realiza na manhã domingo (16), em Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, ato em apoio ao projeto de lei que anistia envolvidos nos episódios ocorridos no dia 8 de janeiro de 2023 e contra o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo os organizadores, o mote será “Fora Lula 2026”, “Anistia Já”, liberdade de expressão, segurança e custo de vida. 

Custeada pelo pastor Silas Malafaia e capitaneada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a mobilização é uma tentativa de pressionar o Congresso para aprovação do chamado PL da Anistia, para anular a pena dos condenados pelos atos de invasão e depredação da sede dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro de 2023. Bolsonaro espera reunir 1 milhão de apoiadores na orla do Rio. Antes do evento, o ex-presidente deve participar de uma motociata. 

Aliados de Bolsonaro decidiram concentrar o evento no Rio de Janeiro e cancelaram manifestações que estavam previstas em outras capitais do país, como São Paulo, Belo Horizonte (MG) e Goiânia (GO). A decisão teve como objetivo centralizar os holofotes e reunir o maior número possível de aliados e apoiadores no Rio de Janeiro, em uma sinalização de força e unidade do grupo político liderado por Bolsonaro.

Presenças confirmadas no ato deste domingo 

O ato deve ter a presença do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e dos deputados federais Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Nikolas Ferreira (PL-MG), além do presidente do PL, Valdemar Costa Neto. Também devem subir ao trio os filhos do ex-presidente senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o vereador do Rio Carlos Bolsonaro (Republicanos). O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), também é esperado.  

Integram a lista nomes que ocupam cadeiras no Congresso Nacional, onde está o projeto de lei da anistia, os líderes do PL no Senado, Carlos Portinho (RJ), e na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ). 

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro não estará presente, pois passou por um procedimento estético. Presidente do PL Mulher, ela foi uma das figuras políticas que convocaram a população a participar da manifestação, por meio de um vídeo publicado nas redes sociais na última segunda-feira (10). A primeira-dama também estava entre os nomes previstos para discursar no trio elétrico.  

Bolsonaro já adiantou que seu discurso será exclusivamente sobre o PL da Anistia, considerado como prioridade pelo partido. 

Já o senador Flávio Bolsonaro classificou o ato como “o mais importante movimento pelo resgate da democracia no Brasil” e destacou que a manifestação também será um “gesto humanitário” em apoio aos “perseguidos políticos”. O senador afirmou ainda que o evento pretende enviar um “recado ao mundo”. 

O deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS), por sua vez, ressaltou que “a mobilização deste domingo é uma demonstração clara de que o povo brasileiro não aceitará injustiças”. “A anistia aos presos de 8 de janeiro é um passo necessário para a reconciliação nacional”, avaliou. 

Mobilização acontece às vésperas de julgamento da denúncia da PGR

Essa será a primeira aparição pública de Jair Bolsonaro, após a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentar denúncia pela suposta tentativa de golpe. O julgamento na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) para decidir se o ex-presidente vira réu está marcado para os dias 25 e 26 de março. 

Na denúncia, ele e mais 33 pessoas são acusadas de cometer os seguintes crimes:

  • Tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito;
  • Tentativa de golpe de Estado;
  • Organização criminosa;
  • Dano qualificado pela violência e grave ameaça;
  • Deterioração de patrimônio tombado.

Além disso, apesar de manter o discurso de que será candidato nas próximas eleições, Bolsonaro foi condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2023 e se tornou inelegível. 

Nos bastidores, a expectativa é de que o ato único no Rio de Janeiro, em um espaço mais estreito na orla, possa mostrar uma grande mobilização para sinalizar que Jair Bolsonaro ainda tem força política. 

Fonte: O Tempo

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