O ex-presidente irá retirar lesões de pele em um hospital privado em Brasília; o procedimento será ambulatorial e Bolsonaro deve ter alta em poucas horas
Jair Bolsonaro estava em prisão domiciliar antes de condenação por golpe por ação que envolve articulação de seu filho Eduardo nos EUA (Foto/Sérgio Lima/AFP)
BRASÍLIA - Cumprindo prisão domiciliar, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deixou sua casa pela primeira vez na manhã deste domingo (14/9) desde que foi condenado por golpe para realizar um procedimento médico no Hospital DF Star, em Brasília. Em um trajeto de cerca de 20 minutos de carro e sob escolta reforçada de policiais penais, ele chegou ao local por volta de 8h.
Bolsonaro foi ao hospital particular acompanhado de dois de seus filhos, os vereadores do Rio de Janeiro (RJ) Carlos Bolsonaro e de Balneário Camboriú (SC) Jair Renan. Na unidade médica, entrou pela portaria externa e, sem falar, passou por apoiadores que o esperavam no local.
A ida do ex-presidente ao DF Star foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes após pedido da defesa para que Bolsonaro retire lesões de pele. Os procedimentos serão contra um nevo melanocítico do tronco, para retirada de um sinal com caracterísitcas benignas, e uma neoplasia de comportamento incerto ou desconhecido, que ainda será investigada por exames.
A intervenção deve começar por volta de 10h e será realizada de forma ambulatorial, ou seja, sem a necessidade de internação ou entrada em centro cirúrgico. O ex-presidente terá alta médica ainda neste domingo e deverá retornar para casa, para o cumprimento da cautelar de prisão domiciliar.
Após o término do procedimento, que deve ser rápido, os advogados de Bolsonaro terão 48 horas para apresentar ao STF um atestado de comparecimento ao hospital, com a data e os horários dos atendimentos.
Bolsonaro foi condenado pela Primeira Turma do STF na última quinta-feira (11/9) por liderar uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. A pena aplicada ao ex-presidente foi de 27 anos e três meses de prisão, em regime inicial fechado – a maior entre o grupo de oito condenados.
A condenação do ex-presidente teve placar de 4 a 1 no colegiado. Defenderam a sentença, além de Moraes, os ministros Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. Apenas o ministro Luiz Fux se manifestou pela absolvição de Bolsonaro. Os crimes atribuídos a ele são golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito, organização criminosa, dano qualificado e deterioração do patrimônio tombado.
Além da pena por cinco crimes, o ex-presidente foi condenado também ao pagamento de 124 dias-multa, sendo fixado a dois salários mínimos vigente à época do fato e atualizado até o pagamento total do valor, equivalente hoje a R$ 376.464,00.
Depois da condenação, a defesa de Bolsonaro criticou a sentença e prometeu recorrer a Cortes internacionais. "A defesa entende que as penas fixadas são absurdamente excessivas e desproporcionais e, após analisar os termos do acórdão, ajuizará os recursos cabíveis, inclusive no âmbito internacional", informaram os advogados.
Fonte/O Tempo