Calor nas férias: pediatra alerta para hidratação, proteção solar e supervisão constante de crianças

Com a chegada das férias e das altas temperaturas, aumentam os cuidados necessários para manter as crianças seguras e saudáveis durante passeios, viagens e dias de piscina. A pediatra Luciene Custódio orienta que planejamento e atenção devem guiar a rotina no verão, quando crescem os riscos de desidratação, acidentes e doenças comuns da estação.  

“É uma fase de muita diversão, mas também de maior vulnerabilidade. As crianças ficam mais expostas ao calor, ao sol e a alimentos mal armazenados, por isso os cuidados precisam ser reforçados”, destaca.  

Hidratação e alimentação leve  

Segundo a médica, o calor e o aumento das atividades ao ar livre favorecem a perda de líquidos e podem levar à desidratação rápida, especialmente quando há quadros infecciosos. A recomendação é incentivar o consumo frequente de água e reforçar alimentos ricos em líquidos, como melancia, melão, morango, laranja e abacaxi.  

“O calor, associado a atividades físicas e quadros infecciosos, pode levar à desidratação rápida. A recomendação é incentivar a ingestão constante de água e incluir alimentos ricos em líquidos no cardápio”, explica.  

Refrigerantes e sucos industrializados devem ser evitados. Nas refeições, a orientação é priorizar preparações leves, com frutas, legumes, grãos integrais e proteínas magras. Ela também sugere opções práticas para o dia a dia, como salada de frutas, sorvetes caseiros à base de fruta, crepioca com frango ou queijo fresco e peixe grelhado com legumes. Para estimular bons hábitos, a pediatra recomenda envolver a criança no preparo.  

“Esse simples ato ajuda a torná-las mais abertas à alimentação saudável.”  

Protetor solar e horários de risco  

A proteção solar deve ser reforçada durante o verão. Luciene orienta o uso de protetor infantil com FPS 30 ou superior, aplicado de 20 a 30 minutos antes da exposição ao sol e reaplicado a cada duas horas.  

“Filtros infantis têm menos substâncias químicas prejudiciais à pele. E é importante lembrar que o mormaço também queima”, alerta.  

Além do protetor, ela recomenda roupas com trama fechada, tecidos com proteção UV, bonés e evitar atividades ao ar livre no período entre 10h e 16h. Sombra e hidratação constante completam os cuidados.  

Piscinas, cachoeiras e mar exigem vigilância  

Locais com água são uma das principais preocupações do período. A orientação é que a supervisão seja permanente e próxima.  

“A criança deve estar sempre a um braço de distância de um adulto”, reforça.  

A pediatra defende aulas de natação como forma de desenvolver autonomia e noções de segurança, mas ressalta que boias infláveis não substituem colete salva-vidas. Ela também orienta verificar se piscinas têm proteção nos ralos para evitar acidentes por sucção.  

Quedas, impactos e sinais de alerta  

Brincadeiras em parques, uso de bicicleta, skate e outras atividades comuns nas férias exigem equipamentos de proteção e atenção redobrada, segundo a pediatra.  

“O ideal é sempre utilizar capacete, roupas adequadas, calçados fechados e ter atenção especial aos cadarços soltos, quedas e colisões”, afirma.  

Ela alerta que vômitos, sonolência, fala enrolada, convulsões ou líquido saindo do ouvido após uma pancada na cabeça são sinais de urgência. Também recomenda procurar atendimento imediato se a criança ficar prostrada após febre ou apresentar mudança de comportamento.  

“Se a criança ficar prostrada mesmo depois que a febre baixar ou demonstrar mudança de comportamento, a avaliação médica deve ser imediata”, observa.  

Sobre fraturas, o alerta é para dor intensa, inchaço e dificuldade de movimentação. “Fraturas podem ser suspeitadas em casos de dor intensa, inchaço e dificuldade de movimentação”, completa.  

Kit de primeiros socorros e cuidados antes de viajar  

Para viagens, a pediatra sugere montar um kit com antitérmico, antialérgico, curativos, pomada para picadas, álcool gel e repelente, sempre com dosagem ajustada ao peso da criança. Ela reforça que medicamentos devem ser prescritos de forma individualizada e que a automedicação deve ser evitada.  

Por fim, recomenda conferir documentos, carteirinha de vacinação e cobertura do plano de saúde antes de sair de casa.