O mundo debate os efeitos futuros das mudanças climáticas, enquanto os impactos regionais já se tornam evidentes para a ciência. Um estudo publicado nesta semana na revista científica Nature identificou uma relação direta entre desmatamento, elevação das temperaturas e aumento da mortalidade. Estima-se que a devastação cause aproximadamente 28 mil mortes por ano.
A pesquisa analisou dados de desmatamento em regiões tropicais na África, na América e na Ásia. Durante quase 20 anos, entre 2001 e 2020, a perda de floresta nesses locais atingiu 1,6 milhão de km² e afetou 345 milhões de pessoas.
O estudo concluiu que o aumento da temperatura média em áreas desmatadas chegou a 0,70ºC, considerado elevado pelos parâmetros científicos. Na América do Sul, foi ainda maior, 0,73ºC. Esse aumento é mais do que o triplo do 0,20°C registrado em regiões preservadas.
A exposição ao calor extremo, sublinham os pesquisadores, compromete o desempenho cognitivo e físico, além de estar ligada ao aumento de doenças cardiovasculares e mortalidade por causas diversas. O efeito é agravado em países de baixa renda, onde o acesso a tecnologias adaptativas, como ar-condicionado, é reduzido.
A pesquisa foi conduzida pelo Instituto de Ciência do Clima e Atmosfera da Universidade de Leeds (Reino Unido), em colaboração com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Universidade Kwame Nkrumah de Ciência e Tecnologia (Gana).
Fonte: O Tempo.