REAÇÃO

Direita vai focar em anistia e CPMI da ‘Vaza Toga’ para tentar salvar Bolsonaro após condenação

Grandes manifestações de rua ainda não estão agendadas; lideranças pregam cautela

O Tempo/Cynthia Castro
Publicado em 13/09/2025 às 15:10
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Presidente do PL em Minas Gerais, deputado federal Domingos Sávio. (Foto/Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados)

Na primeira semana após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a direita irá focar suas atenções em duas frentes no Congresso: a votação de um projeto amplo de anistia e a instauração de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), apelidada de CPMI da ‘Vaza Toga’, para apurar as denúncias feitas pelo ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Eduardo Tagliaferro, contra o magistrado. A intenção é mobilizar o Legislativo em torno dessas duas pautas antes mesmo do início da pena de 27 anos e três meses imposta a Bolsonaro e prevista para começar a ser cumprida em regime fechado até dezembro.

Mesmo sabendo das dificuldades de aprovar o projeto que prevê a anulação das sentenças de todos condenados por tentativa de golpe de Estado, abolição do Estado Democrático e outros crimes, especialmente no Senado, os aliados do ex-presidente querem manter o assunto em pauta enquanto questionam através da CPMI a legalidade da atuação de Moraes no processo. “Pelo que tenho conversado com os colegas deputados e senadores, deveremos concentrar nossos esforços em Brasília para pautar na próxima semana a anistia e também a instalação de uma CPMI da ‘Vasa Toga’ para investigar as denúncias do Tagliaferro sobre atividades ilegais do ministro Alexandre de Moraes que dão motivos para total anulação do processo contra os acusados do 08/01 (8 de janeiro de 2023)”, explica o presidente do PL em Minas Gerais, deputado federal Domingos Sávio.

A estratégia da CPMI da ‘Vaza Toga’ é fazer um paralelo com a suspeição levantada em torno da Lava Jato, “que levou a anulação da condenação do Lula e de vários outros réus”, antecipa Sávio. “As denúncias (do Tagliaferro contra Moraes) são muito mais graves do que o que ocorreu na Lava Jato”, avalia.

Protestos

Desde a noite de quinta-feira, quando o STF determinou a sentença de Bolsonaro e de outros sete réus condenados pela trama golpista, a reportagem de O TEMPO tem perguntado a lideranças da direita próximas ao ex-presidente sobre a organização de grandes manifestações de rua contra o julgamento e a prisão.

“A tendência é que daqui em diante as pessoas mais incomodadas passem a se mobilizar. Mas é um momento de cautela no planejamento para que não ocorra um novo 8 de de janeiro. (...) Posso adiantar que continuaremos ocupando praças, viadutos e ruas, realizando buzinaços com as pautas “Fora, Lula” e Fora, Moraes”, antecipou a  liderança de movimentos de direita de BH e influenciadores do Brasil.

A liderança desses movimentos faz questão de enfatizar que os atos são promovidos sem vinculação política específica, de forma independente, com a participação da população. Na avaliação das lideranças, “estamos vivendo um cenário inédito no Brasil e ninguém sabe ao certo o que vai acontecer”. As lideranças afirmam que irão se manifestar diante da condenação do ex-presidente e dos outros acusados de envolvimento na tentativa de golpe de estado: “O que sabemos é que não vamos nos calar”.

O vereador de Belo Horizonte Vile (PL) preferiu adotar um tom de enfrentamento quando questionado sobre a condenação de Jair Bolsonaro e possíveis protestos, inclusive, sobre uma interferência do governo norte americano. “A condenação já era esperada, pois foi um julgamento político e vingativo. O processo precisa ser anulado e Alexandre de Moraes precisa ser punido. Espero medidas externas”, afirmou.

Um dia depois do julgamento do ex-presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PT) afirmou que os Estados Unidos podem enviar “caças F-35 e navios de guerra ao Brasil” para defender a democracia. Nos últimos meses, o filho do ex-presidente tem capitaneado junto à Casa Branca e o Congresso norte-americano uma ofensiva contra o Judiciário brasileiro.

Fonte: O Tempo

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