CASO

Disputa por diamante gigante coloca Triângulo e Alto Paranaíba no centro de investigação

Publicado em 30/09/2025 às 11:29
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Embora negociações iniciais falassem em cifras entre R$ 16 milhões e R$ 18 milhões, especialistas apontam que o preço real poderia ultrapassar os R$ 50 milhões se a gema fosse leiloada internacionalmente (Foto/Reprodução)

Embora negociações iniciais falassem em cifras entre R$ 16 milhões e R$ 18 milhões, especialistas apontam que o preço real poderia ultrapassar os R$ 50 milhões se a gema fosse leiloada internacionalmente (Foto/Reprodução)

O segundo maior diamante já registrado no Brasil, encontrado em Minas Gerais, virou centro de uma verdadeira novela policial e judicial. A pedra preciosa de quase 647 quilates segue apreendida pela Polícia Federal (PF), enquanto não se esclarece se ela foi realmente extraída em Coromandel, como afirma a empresa responsável, ou se teria vindo de garimpos irregulares na região de Araguari. O caso já motivou mandados de busca em cidades como Nova Ponte e levantou suspeitas envolvendo empresários do ramo de pedras preciosas. 

A história começou em maio deste ano, quando a Diadel Mineração anunciou a descoberta de uma gema rara no Rio Douradinho, em Coromandel, no Alto Paranaíba. O achado logo ganhou destaque por se tratar da segunda maior pedra já registrada no país, atrás apenas do lendário diamante Getúlio Vargas, de 727 quilates, encontrado em 1938 na mesma cidade. 

No entanto, a comemoração durou pouco. A PF abriu inquérito após receber indícios de que o diamante poderia ter origem em outro ponto do estado: a bacia do Rio Araguari, no Triângulo Mineiro, área explorada pela Carbono Mineração. A suspeita levantou a possibilidade de que a pedra tivesse sido desviada e posteriormente registrada em nome da Diadel para ganhar legalidade. 

A mineradora, por sua vez, negou qualquer irregularidade. Em nota, afirmou que representantes da Agência Nacional de Mineração (ANM) acompanharam presencialmente o momento da descoberta em sua frente de lavra, o que comprovaria a legalidade da extração. A empresa também repudiou as acusações de furto ou de tentativa de “esquentar” o diamante. 

Enquanto isso, a investigação ganhou novos capítulos quando imagens começaram a circular nas redes sociais mostrando o comerciante Oswaldo Borges da Costa Netto, o Wado Borges, exibindo o diamante em diversas situações. Ele aparece em vídeos dentro de um avião, em garimpos de Coromandel e até mesmo pesando a pedra. O episódio levantou desconfiança no mercado, já que não houve um processo de leilão ou oferta a outros compradores, prática comum em negociações de gemas dessa importância. 

A PF então intensificou as apurações e, no fim de setembro, cumpriu mandados de busca e apreensão em imóveis localizados em Coromandel e em Nova Ponte. Nesta última, o endereço vistoriado foi ligado a garimpeiros que atuam na região do Rio Araguari. 

Outro ponto polêmico está no valor estimado da pedra. Embora negociações iniciais falassem em cifras entre R$ 16 milhões e R$ 18 milhões, especialistas apontam que o preço real poderia ultrapassar os R$ 50 milhões se a gema fosse leiloada internacionalmente. Há relatos de que representantes de compradores belgas, vindos de Antuérpia, estiveram no Brasil tentando fechar negócio. 

O diamante acabou apreendido em 27 de agosto, justamente no dia em que receberia o lacre do Certificado do Processo Kimberley (CPK), necessário para exportação. Até que a PF e a ANM concluam as investigações sobre a origem da pedra, a joia de 646,78 quilates permanecerá guardada, enquanto o enredo que mistura mineração, negócios milionários e suspeitas de fraude continua sem desfecho.

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