A chegada de um bebê pode ser um momento mágico e muito esperado para as mães. Contudo, mesmo com toda a alegria da vinda de um filho, durante o puerpério — período que se inicia logo após o parto e se estende até que o corpo da mulher retorne às condições pré-gestacionais — os índices de depressão e autoextermínio podem aumentar. A psicóloga Priscila Brito esteve em entrevista no programa Pingo do J, da Rádio JM, e explicou os fatores que contribuem para essas questões.
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Segundo Priscila, durante a gestação e o parto, ocorrem diversas alterações hormonais, fisiológicas, emocionais e até sociais. Essas alterações podem ser agravadas pelo isolamento e pela falta de rede de apoio. “Como as mulheres estão mais isoladas, cada uma dentro da sua casa, com o seu sofrimento, sem dividir muito as suas dificuldades, isso se agrava a cada dia mais”, explica.
Outro fator no puerpério que prejudica substancialmente a saúde mental das mães é a falta de compreensão e apoio em relação a questões da maternidade que, embora naturais, acabam gerando cansaço. A psicóloga, durante a entrevista, enfatizou que “não é frescura quando uma mãe diz que não dá conta. Ela não ama menos o seu bebê quando fala que não está aguentando mais. Ela não é uma mãe preguiçosa quando diz que precisa dormir, que está cansada.”
Conforme a especialista, essas questões podem contribuir para o aumento dos casos de depressão e suicídio justamente no momento em que a mulher precisa, além de cuidar de si mesma, se responsabilizar por outra vida. Portanto, sempre que possível, é fundamental que a mãe tenha uma rede de apoio efetiva e, ao primeiro sinal de que sua saúde mental não está bem, busque ajuda profissional.