Comemora-se o Dia da Árvore em 21 de setembro, mas você já se perguntou por que foi criado um dia para celebrar a vegetação? A verdade é que a importância das árvores vai muito além de suas folhas, galhos e troncos, que proporcionam sombra para refrescar. Suas funções são tantas que elas podem ser vistas como o “Bombril da Natureza”, devido às suas mil e uma utilidades.
Segundo o biólogo Paulo César Franco, as árvores são essenciais para a cobertura vegetal, pois protegem o solo. Suas raízes absorvem água e devolvem grande parte do volume absorvido para a atmosfera, em forma de chuva. Paulo César explica que isso faz parte do ciclo hidrológico. “Se uma árvore, em determinado intervalo de tempo, retira cerca de 1.000 litros de água do solo, 900 litros são devolvidos para a atmosfera, ou seja, vão condensar e formar chuva”, explica.
As árvores também são importantes como abrigo para a fauna e fornecem alimentos e madeira. Além disso, podem ser vistas como as “melhores amigas” ou até mesmo protetoras da água na natureza. Conforme o biólogo explica, quando a vegetação forma uma mata de galeria, ela realiza a filtragem da chuva antes que a água penetre no lençol freático.
“As árvores são extremamente importantes, porque permitem que a água da chuva seja interceptada lentamente. A infiltração da água no solo para recarregar o lençol freático é um processo lento e gradual. Quando a água da chuva cai diretamente no solo, a tendência é ocorrer lixiviação e erosão. Se houver um curso d’água próximo, pode ocorrer assoreamento, arrastando a terra para o leito do rio. Isso compromete a calha de escoamento da água. No entanto, em áreas vegetadas, a água da chuva é absorvida lentamente pelas árvores e infiltra-se no solo, garantindo a recarga do lençol freático”, detalha.
Em relação à erosão, Paulo César acrescenta que as árvores estabilizam processos erosivos, ou seja, ajudam a conter o desgaste do solo.
No ambiente urbano, as árvores também são fundamentais. Além de embelezarem a paisagem, um estudo da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, aponta que elas podem ter um efeito positivo no cérebro humano, especialmente nas áreas associadas à depressão.
“Elas têm um impacto psicológico muito grande nas pessoas. Hoje está comprovado que pessoas doentes ou enfermas que têm contato com a natureza, com o verde, conseguem se recuperar mais rápido. Muitas vezes, só o fato de estarem ali, observando a beleza das flores, os pássaros que vão e vêm, já traz uma melhora, sobretudo considerando a vida estressante que as pessoas levam”, analisa Paulo César.
A vegetação nas cidades também atua como uma barreira para a poluição sonora, funcionando como um “colchão”, além de reter partículas poluentes, melhorando a qualidade do ar. Também geram um efeito de refrescância, em comparação com áreas totalmente cobertas de concreto.