Aparelhos liberam dióxido de nitrogênio e benzeno em níveis prejudiciais à saúde, podendo causar asma, câncer de pulmão e problemas respiratórios
Fogões a gás, presentes em boa parte das cozinhas brasileiras, têm sido alvo de preocupação crescente nos Estados Unidos devido à liberação de poluentes associados a doenças respiratórias e até a alguns tipos de câncer. Estudos recentes das universidades de Stanford e Purdue reforçam que o uso desses aparelhos em ambientes pouco ventilados pode elevar significativamente a exposição de moradores a substâncias tóxicas.
Segundo pesquisa da Universidade de Stanford publicada no periódico PNAS Nexus, fogões a gás são responsáveis por cerca de 25% da exposição total ao dióxido de nitrogênio (NO₂) entre pessoas que cozinham regularmente nos EUA. O estudo mostrou que, em ambientes internos, os picos desse gás podem superar as diretrizes de curto prazo estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde e pela Agência de Proteção Ambiental americana.
Tradicionalmente associado à poluição de veículos, o NO₂ também está presente dentro de casa e pode irritar as vias respiratórias, agravar casos de asma e contribuir para o desenvolvimento de doenças como câncer de pulmão e diabete.
Emissões chegam a ser maiores que as de carros
Pesquisadores da Universidade Purdue concluíram que fogões a gás podem liberar partículas nocivas em quantidades até 100 vezes superiores às emitidas pelo escapamento de um automóvel. A exposição prolongada a esses poluentes aumenta o risco de asma e outros problemas respiratórios.
Além do dióxido de nitrogênio, os aparelhos emitem benzeno, substância ligada à leucemia e a distúrbios sanguíneos. Outro estudo de Stanford apontou que o risco de câncer ao longo da vida em crianças expostas ao benzeno liberado pelos fogões pode ser até 1,85 vez maior do que entre adultos.
O tema ganhou força após Nova York aprovar, em 2023, a Lei de Edificações Totalmente Elétricas, que prevê o uso de aparelhos elétricos em boa parte das novas construções. A norma deveria entrar em vigor em janeiro de 2026, mas enfrenta batalhas judiciais em nível federal.
Para os pesquisadores de Stanford, a substituição dos fogões a gás por modelos elétricos reduz significativamente a poluição interna de dióxido de nitrogênio, já que os fogões elétricos não geram esse gás.
Como reduzir riscos
Especialistas destacam que, embora a troca por aparelhos elétricos seja a solução mais efetiva, há medidas que ajudam a diminuir a exposição aos poluentes no dia a dia:
Fonte: O Tempo.