Mesmo com a redução de 8,5% da taxa Selic em maio, os juros dos cartões de crédito não sofreram alterações tão significativas, de acordo com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo
(Fecomercio-SP).
De acordo com a Federação, a redução da Selic, como a que vem ocorrendo desde agosto do ano passado, em tese, deveria resultar na queda das taxas praticadas no mercado. Segundo ela, a composição do spread bancário leva em consideração uma série de itens, entre eles a inadimplência, que atualmente representa 35% dessa composição e se encontra em um patamar controlado.
Juros. Em maio, a taxa média de juros dos bancos cobrada ao consumidor foi de 6,18% ao mês, a menor verificada desde 1995, segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).
Segundo a Fecomercio, apesar da queda, o principal meio de pagamento utilizado pelas famílias brasileiras ainda não apresentou redução de taxa de juros cobrada no crédito rotativo. Segundo pesquisa de mercado, a taxa média de juros dessa modalidade foi de 10,69% em maio e se mantém estável desde fevereiro de 2010.
Análise. Na análise da
Fecomercio-SP, o governo poderia aproveitar o momento de medidas que visam à desoneração e se voltar para essa questão histórica dos juros do cartão de crédito, que é um empecilho para o desenvolvimento econômico.
Segundo a Federação, além da baixa inadimplência, as perspectivas de crescimento de emprego e renda são animadoras. Outro agravante para a alta manutenção dos juros do cartão de crédito é o duopólio exercido pelas operadoras de cartão de crédito que, de acordo com o Banco Central, detém cerca de 70% do mercado.