Para evitar que a inflação saia do controle, o Banco Central decidiu aumentar a taxa de juros. A Selic abriu o ano com juros de 8,75%, nível mais baixo desde o início da série histórica iniciada em 1996. Mas o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu elevar os juros para frear o consumo desordenado e a alta da inflação. Em abril, o BC aumentou a taxa Selic de 8,75% para 9,50%. Em uma nova reunião na terça-feira (9), o Copom manteve a alta e passou para 10,25% a taxa de juros.
Com o aumento, o país volta a conviver com juros de dois dígitos um ano após a Selic cair, pela primeira vez na história, para um dígito. A alta do juro tem como objetivo tornar o crédito mais caro e, assim, reduzir a velocidade da atividade econômica.
O economista uberabense Cássio Silveira explica que a intenção do governo em frear a inflação pode não ser percebida de imediato pelos consumidores. “O BC aumenta os juros para encarecer os financiamentos, mas os bancos têm margens de lucro muito grandes, então, antes de aumentarem os juros, eles vão tentar diminuir um pouco essa margem e manter os valores.”
Como reflexo negativo, Cássio aponta as inibição de novos investimentos, porque o dinheiro fica mais caro e demora mais tempo até que as empresas tenham retorno.