TRÁFICO

Piloto joga avião da Venezuela com drogas em represa após ser interceptado por caças da FAB

Caças foram acionados após radares identificarem uma aeronave proveniente da Venezuela que entrou de forma não autorizada no espaço aéreo brasileiro

Renato Alves/O Tempo
Publicado em 11/09/2025 às 09:25
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Traficante jogou a própria aeronave nas águas da represa de Balbina, próxima a Presidente Figueiredo (AM), e depois fugiu (Foto/Divulgação/FAB)

Traficante jogou a própria aeronave nas águas da represa de Balbina, próxima a Presidente Figueiredo (AM), e depois fugiu (Foto/Divulgação/FAB)

A Força Aérea Brasileira (FAB) interceptou, nesta quarta-feira (10/9), um avião que ingressou de forma não autorizada no espaço aéreo nacional, proveniente da Venezuela. O piloto da aeronave suspeita pousou nas águas da represa de Balbina, próxima a Presidente Figueiredo (AM), e fugiu. Em seguida, policiais federais encontraram cerca de 380 kg de skunk, uma variedade mais cara e potente da cannabis, dentro do bimotor.

O avião, modelo Beechcraft 58 Baron, prefixo PR-DCS, foi identificado pelos radares brasileiros por volta das 9h (horário de Brasília). Caças A-29 Super Tucano da FAB foram acionados para cumprir os protocolos de policiamento do espaço aéreo. Eles fizeram reconhecimento visual, interrogação e ordem para a mudança de rota da aeronave ilícita. A Força Aérea não informou se houve disparos.

“O piloto da aeronave ilícita descumpriu as determinações da Defesa Aérea, desceu de forma não colaborativa para próximo à copa das árvores e lançou a própria aeronave nas águas da represa de Balbina”, diz nota da FAB. Na sequência, policiais federais, transportados em um helicóptero Bell 412 da FAB, executaram o flagrante com a apreensão da droga encontrada no interior do bimotor.

A ação foi coordenada pelo Comando de Operações Aeroespaciais (Comae), em parceria com a PF. A interceptação integra a Operação Ágata Ostium, que faz parte do Programa de Proteção Integrada de Fronteiras (PPIF). “A iniciativa reforça a atuação coordenada entre a FAB e os órgãos de segurança pública no combate a ilícitos transnacionais e na garantia da soberania do espaço aéreo brasileiro”, ressalta a Força Aérea.

As abordagens aéreas seguem regras estabelecidas em um decreto de 2004, assinado pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em seu primeiro mandato, com foco em tráfico de drogas ou ameaça à segurança. A lei afirma que o militar deve primeiro orientar, via rádio ou sinais virtuais, o piloto da aeronave suspeita a pousar em local determinado para ser submetido a medidas de controle no solo por autoridades policiais.

Caso o alerta seja ignorado, é autorizado disparo de aviso, “com munição traçante, pela aeronave interceptadora, de maneira que possam ser observados pela tripulação da aeronave interceptada, com o objetivo de persuadi-la a obedecer às ordens transmitidas”. Em último caso, o piloto do avião militar pode disparar contra o alvo, que passa a ser considerado hostil.

Em fevereiro, a FAB abateu um avião venezuelano que transportava drogas e entrou ilegalmente no Brasil. O avião foi abatido próximo de Manaus, capital do Amazonas. A aeronave entrou clandestinamente no espaço aéreo brasileiro e não obedeceu às ordens de pouso forçado. Dois traficantes que estavam a bordo morreram e a PF encontrou drogas no interior da aeronave.

Em maio, dois Super Tucanos da FAB interceptaram no Pará um avião de pequeno porte que transportava cerca de 200 kg de skunk. Após pouso forçado em área de mata, os ocupantes atearam fogo na aeronave e fugiram deixando a droga para trás.

Aviões e helicópteros da Força Aérea interceptaram, de janeiro de 2019 até julho do ano passado, 4.020 aeronaves sem autorização para voar no espaço aéreo brasileiro ou que pudessem significar alguma ameaça à segurança pública. Em 90 dessas operações houve a necessidade de disparos para que o piloto advertido pousasse ou mudasse sua rota para uma indicada.

Esses aviões suspeitos são, na sua maioria, usados para tráfico de drogas ou que voam em áreas proibidas, como a Terra Indígena Yanomami, que teve seu espaço aéreo fechado em 2023, entre outros, por causa de ações contra o garimpo ilegal.

Fonte: O Tempo

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