CAÇA-FANTASMAS

Operação desarticula esquema de sonegação fiscal de R$ 5 bilhões

Publicado em 27/11/2024 às 10:10
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Unaí (Foto/Divulgação/Prefeitura de Unaí)

Unaí (Foto/Divulgação/Prefeitura de Unaí)

Uma operação conjunta envolvendo o Ministério Público, a Polícia Civil e a Receita Estadual desmontou, nesta terça-feira (26), uma organização criminosa que movimentou mais de R$ 5 bilhões e provocou um prejuízo de aproximadamente R$ 600 milhões em sonegação fiscal na região Noroeste de Minas Gerais, com foco principal na cidade de Unaí.

Denominada "Caça-Fantasmas", a ação cumpriu 88 mandados de suspensão de atividades econômicas, bloqueio de contas bancárias e 117 ordens de sequestro de veículos. Além disso, 45 imóveis vinculados ao grupo foram bloqueados, e dezenas de contas bancárias registradas em nome de terceiros tiveram suas movimentações suspensas.

De acordo com a Polícia Civil, a quadrilha utilizava empresas fantasmas para realizar negociações comerciais e evitar o pagamento de tributos. "Eles abriam uma empresa intermediária entre quem vendia e quem comprava, assumindo a responsabilidade pelo pagamento de tributos, que nunca eram quitados. Estimamos que mais de R$ 1 bilhão em notas fiscais falsas foram emitidas", explicou Flávio Andrada, coordenador da Receita Estadual.

O grupo criminoso tinha como principais alvos os produtores rurais. Segundo as investigações, a quadrilha recrutava pessoas de baixa renda e escolaridade para registrá-las como proprietárias de empresas inexistentes, que eram usadas na comercialização de grãos e outros bens. "Já identificamos 268 empresas em nome de laranjas, abertas em mutirões organizados pela quadrilha", afirmou Douglas Antônio Ramos Magela, chefe do departamento da Polícia Civil.

Além da sonegação fiscal, os envolvidos são investigados por uma série de outros crimes, como estelionato contra produtores rurais, falsidade ideológica, uso de documentos falsos e inserção de dados fraudulentos em sistemas públicos.

O coordenador da Receita Estadual destacou o impacto social das ações da organização criminosa. "Esse dinheiro sonegado poderia ser revertido para áreas essenciais, como saúde, segurança pública e infraestrutura. Quem perde é a sociedade", enfatizou Andrada.

As investigações ainda estão em andamento, e a expectativa das autoridades é identificar outros envolvidos no esquema.

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