Se confirmado o novo salário, o impacto nas contas públicas é estimado em R$ 13,3 bilhões adicionais (Foto/Edson Souza/iStockphoto)
O salário mínimo no Brasil pode subir dos atuais R$ 1.412 para R$ 1.524 em 2025, conforme uma análise da XP Investimentos. Esse aumento de 7,93% supera a estimativa inicial do governo, que previa o piso salarial nacional em R$ 1.509 a partir de janeiro, conforme enviado no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA).
A diferença entre as projeções da XP e as do governo federal se deve a uma atualização no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Este índice, utilizado para o ajuste do piso nacional e na correção de salários, teve um aumento nas expectativas inflacionárias. Segundo a XP, o INPC acumulado entre janeiro e novembro deve ser de 4,9%, enquanto a estimativa do governo, em agosto, era de 3,65%.
A metodologia de cálculo do salário mínimo no Brasil leva em conta a inflação dos últimos 12 meses até novembro, além do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes, que registrou um crescimento de 2,91% em 2023.
Caso o reajuste previsto pela XP seja confirmado, o impacto nas contas públicas será considerável. Estima-se um gasto adicional de R$ 13,3 bilhões, pois benefícios como a Previdência Social, o Benefício de Prestação Continuada (BPC), o seguro-desemprego e o abono salarial estão vinculados ao piso salarial, o que implica na correção automática desses valores com o aumento do salário mínimo.
Esse cenário ocorre em um momento de intensas discussões sobre a situação fiscal do Brasil. O governo estuda um pacote de corte de gastos para equilibrar as contas públicas, e uma das alternativas é limitar o aumento real do salário mínimo a 2,5%, conforme previsto no novo arcabouço fiscal. Com essa medida, o governo espera economizar cerca de R$ 11 bilhões entre 2025 e 2026, uma economia que pode ser essencial para atingir a meta fiscal do próximo ano.
A expectativa, agora, é pelo anúncio das medidas definitivas, que vem sendo adiado há uma semana.