De acordo com o diretor regional do Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais a categoria pede um reajuste de 15%
Professores da rede particular de ensino começam negociações com o Sindicato Patronal do Triângulo Mineiro. A partir da pauta de reivindicações apresentada pela categoria em dezembro do ano passado, no primeiro encontro realizado os professores deixaram claro que não vão permitir a enrolação da campanha salarial em 2012 e, caso haja avanços até o fim deste mês, a categoria promete impetrar dissídio coletivo.
De acordo com o diretor regional do Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro), Marcos Gennari Mariano, a categoria pede um reajuste de 15% no piso salarial dos professores do Triângulo Mineiro. “Esta é a nossa principal reivindicação e não vamos abrir mão do ganho real, pois ao longo dos últimos anos a nossa categoria vem sofrendo perdas salariais significativas, uma vez que as instituições de ensino do Triângulo Mineiro aumentaram as mensalidades escolares para os pais em índice superior ao valor repassado de aumento para os professores”, explica Marcos. Ele ainda ressalta que o reajuste na mensalidade chega a ser de dois a 3% acima da inflação, e para os professores o aumento, com muito custo, chega a ser o valor da inflação.
De acordo com o diretor, já foram realizadas duas reuniões com o sindicato patronal no sentido de garantir as reivindicações. “Pedimos um reajuste de 15%, composto pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 2011, acrescido de 3% de aumento real e a diferença salarial dos anos anteriores. Somando tudo, chegamos a reajuste de 14,89%, isso a partir do dia 1º de fevereiro”, explica Marcos.
Nos primeiros encontros os professores sentiram a dificuldade do sindicato patronal em atender à reivindicação, mas reconhecem que de fato é preciso discutir o aumento real nessa data-base, mas mantém o posicionamento de que o setor educacional da rede privada continua em crise. “Ainda temos novas negociações, mas já firmamos para o sindicato patronal que se até dia 31 de janeiro não conseguirmos fechar o acordo, no primeiro dia após a data-base vamos entrar com o dissídio coletivo, remetendo à Justiça, para que o acordo seja feito através do Tribunal Regional do Trabalho”, explica Marcos.
Segundo Marcos, em 2011 o Sindicato Patronal dos Professores do Triângulo Mineiro concedeu aumento real de apenas 0,46%, além da recomposição da inflação, o que foi considerado pela categoria quantia insignificante. Portanto, os professores definiram que não é possível aceitar reajustes pequenos acima da inflação. Ainda na pauta de reivindicações de 2012, os professores pedem a isonomia do piso salarial para educação básica, pois ainda existem diferenças salariais entre os professores da educação infantil e fundamental com os profissionais do ensino médio.