O grupo usava disfarces, incluindo perucas e maquiagem, para driblar o sistema de reconhecimento facial (Foto/Reprodução/TV Globo/Fantástico)
Uma quadrilha desviou benefícios sociais da Caixa Econômica Federal por pelo menos cinco anos, com ajuda de funcionários do banco e de lotéricas. Para burlar o reconhecimento facial, os criminosos usavam perucas, maquiagem e imagens criadas por inteligência artificial.
Segundo a Polícia Federal, o grupo era liderado por Felipe Quaresma Couto, preso ao lado de Cristiano Bloise de Carvalho. Eles responderão por estelionato qualificado, corrupção, falsificação de dados e organização criminosa. Outros quatro suspeitos estão foragidos.
As fraudes envolviam a exclusão de cadastros originais e a criação de novos perfis no aplicativo Caixa Tem, mantendo dados como CPF e nome, mas alterando e-mail, celular e biometria. Assim, valores de programas como FGTS, Bolsa Família e abono salarial eram desviados.
De acordo com as investigações, um dos funcionários da Caixa recebeu mais de R$ 300 mil em propina. O grupo também recrutava pessoas em situação de rua para fornecer “rostos virgens” ao sistema. Muitas vítimas ficaram até dois meses sem receber benefícios.
A Caixa informou que colaborou com a investigação, denunciou e afastou os envolvidos. O banco anunciou ainda a criação de uma diretoria de cibersegurança para reforçar a prevenção contra crimes digitais.