As tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros começaram a valer nesta sexta-feira, 1º de agosto, e podem comprometer até 187 mil empregos, formais e informais, em Minas Gerais ao longo dos próximos 5 a 10 anos, segundo estudo da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). Diante desse cenário, o governo estadual anunciou esta semana um pacote emergencial para reduzir os impactos sobre a economia local. Entre as principais medidas estão a liberação de R$ 100 milhões em créditos de ICMS para exportadores e uma nova linha de crédito de R$ 200 milhões via o BDMG, com juros reduzidos e condições facilitadas para pagamento.
Entre as medidas, está a liberação de R$ 100 milhões em créditos acumulados de ICMS para empresas exportadoras, com acesso simplificado e rápido. A intenção é oferecer um alívio imediato aos negócios que devem ser mais atingidos pelas novas tarifas. A outra ação anunciada é uma linha de crédito do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), no valor de R$ 200 milhões, com juros reduzidos, carência de 12 meses e prazo de pagamento de até 60 meses.
A linha de crédito do BDMG, segundo o presidente da instituição, Gabriel Viégas Neto, terá taxa fixa de 0,9% ao mês e será direcionada especialmente aos setores mais afetados. A equipe do banco está finalizando os detalhes e identificando os segmentos que terão prioridade no acesso ao financiamento. Já em relação ao ICMS, o secretário de Fazenda, Luiz Cláudio Gomes, afirmou que a medida é emergencial, mas poderá ser reavaliada conforme o desenrolar da crise.
Romeu Zema destacou que, embora a resolução da disputa comercial dependa do governo federal, o Estado fará o possível para proteger a economia local. “Infelizmente, não temos poder para resolver essa situação, mas estamos à disposição para diminuir os impactos”, afirmou o governador. Durante o encontro, ele também ouviu demandas de empresários e se comprometeu a manter um canal de diálogo aberto com o setor produtivo.
Além dessas ações, o governo estadual quer ampliar a diversificação dos mercados de destino das exportações mineiras e fornecer dados técnicos ao governo federal para subsidiar as negociações com os Estados Unidos. No caso de produtos como café e açúcar, há preocupação de que os próprios consumidores americanos enfrentem escassez, o que pode forçar uma reavaliação das tarifas no futuro.