As vítimas eram proibidas de retornar para suas cidades de origem e a suspeita lucrava 60% do valor dos programas
Uma mulher de 55 anos foi presa por manter quatro mulheres em cárcere privado em uma casa apontada como local de prostituição no bairro Cidade Jardim, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. A Polícia Civil informou que a detenção ocorreu nesta sexta-feira (14 de fevereiro).
As vítimas, naturais de outros Estados, relataram à instituição que eram mantidas em situação degradante pela suposta cafetina — pessoa que lucra com a prostituição alheia. Além disso, eram proibidas de retornar para suas cidades de origem, enquanto a suspeita ficava com 60% dos valores recebidos pelos programas.
Denúncia levou à prisão
De acordo com a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), o esquema foi descoberto após uma das vítimas acionar a Polícia Militar. Os militares foram até o local e ouviram gritos de socorro. Diante da situação, arrombaram a porta da casa. A suspeita tentou se esconder em um porão, mas foi localizada e presa. As quatro mulheres foram resgatadas.
Leia também: Minas foi o Estado com maior número de resgatados em trabalhos análogos à escravidão em 2024
Ainda segundo a polícia, a suspeita já possui histórico de exploração sexual.
Vítimas relatam condições precárias
A delegada Marina Prado, da Delegacia de Plantão Especializada em Atendimento à Mulher, Criança, Adolescente e Vítimas de Intolerância, informou que as vítimas detalharam como viviam no local.
“Apesar de a casa de prostituição ser considerada de alto luxo, as mulheres recebiam um percentual muito baixo em relação ao valor cobrado pelos programas — a suspeita ficava com 60% do montante. Elas também relataram condições ruins de hospedagem, vestuário e alimentação. Além disso, tentavam retornar para seus Estados, mas eram impedidas e forçadas a permanecer contra a própria vontade”, afirmou a delegada.
Mais casos estão sob investigação
A PCMG apura se há mais vítimas e investiga outros crimes ligados à suspeita. “As quatro vítimas que prestaram depoimento não são as únicas que trabalhavam no local. Vamos aprofundar as investigações para identificar outras vítimas. O departamento conta com uma divisão especializada na apuração de crimes sexuais, rufianismo (exploração sexual) e funcionamento de casas de prostituição, que segue investigando esse e outros casos”, declarou Marina.
A suspeita permaneceu em silêncio durante o interrogatório e foi encaminhada ao presídio de Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde aguarda audiência de custódia.
Fonte: O Tempo.