Empresário de 43 anos, proprietário de empresa do setor de serviços, procurou a Polícia Militar (PM) para denunciar suposto golpe, aplicado por uma mulher, de 55 anos, e um advogado, de 39 anos, que teria resultado em um prejuízo de R$40,8 mil. O casal já havia sido acusado recentemente por esquema semelhante, que, segundo vítimas, causou a apropriação de mais de R$60 mil. Os dois casos foram encaminhados à Polícia Civil e, possivelmente, também à OAB em Uberaba.
De acordo com o registro policial, o caso atual teria começado em julho deste ano, quando a mulher, apresentada como secretária, entrou em contato com o empresário durante negociações comerciais e questionou sobre ações judiciais movidas contra sua empresa. O empresário foi orientado a comparecer ao escritório do advogado, onde foi informado da existência de um processo judicial em fase de execução, com risco de bloqueio das contas da empresa e, também, de suas contas pessoais.
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O advogado teria afirmado que poderia evitar o bloqueio mediante pagamento imediato de R$40,8 mil, valor que, segundo ele, seria destinado exclusivamente à quitação da dívida processual. A quantia foi transferida via Pix para a conta de titularidade do próprio advogado.
Dias depois, a mulher teria solicitado o pagamento de um boleto de R$10,8 mil, referente à primeira parcela de suposto acordo judicial. Desconfiado, o empresário consultou outros advogados e descobriu que nenhuma medida havia sido movimentada no processo e que a parte contrária não havia recebido qualquer repasse.
Ainda segundo a ocorrência, no dia 8 de agosto, as contas da empresa e do empresário foram efetivamente bloqueadas, com o saldo utilizado para quitar a dívida judicial. Ao tentar contato com o advogado, a vítima foi informada de que ele estaria “em viagem” e encontrou o escritório fechado.
O empresário afirma ter comprovantes das transferências e conversas por aplicativo de mensagens que, segundo ele, evidenciam o golpe. Também relatou que um amigo empresário foi vítima do mesmo casal, com idêntico modo de atuação.
O casal já havia sido citado, no início de agosto, em um caso envolvendo empresários do setor de saneamento. Na ocasião, a mulher teria afirmado ser advogada e recebido, junto ao mesmo advogado, dez transferências via Pix, totalizando R$60,5 mil, supostamente para pagamento de acordos trabalhistas. Após as quitações, uma nova cobrança foi feita, mas as vítimas descobriram que nenhum valor havia sido repassado aos credores.
Documentos, áudios e mensagens apresentados à OAB serviram de base para a denúncia naquele caso. A Polícia Civil em Uberaba deve instaurar inquéritos policiais para apurar os supostos crimes.