Joias roubadas identificadas em programa de TV resultam na prisão de empresário de Uberaba

O empresário uberabense Haig Hovsepian foi preso preventivamente nesta quinta-feira (27) em Uberaba, durante uma ação da Polícia Civil de Ribeirão Preto (SP) com apoio do Gaeco local. Ele é investigado por receptação qualificada e associação criminosa, em um esquema interestadual de desvio e revenda de joias roubadas. Hovsepian permanece detido à disposição da Justiça.   

A prisão ocorre após o avanço das investigações sobre o assalto ocorrido em maio, no bairro Ribeirânia, em Ribeirão Preto, quando criminosos invadiram uma residência e levaram cerca de 300 peças de joias e oito relógios Rolex. O caso ganhou repercussão nacional depois que a família da vítima reconheceu um colar de ouro com diamantes sendo vendido ao vivo no programa “Mil e Uma Noites”, transmitido do Paraná. A partir dessa descoberta, outras peças também foram identificadas na TV. 

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Em 18 de novembro, outros suspeitos foram presos pela Polícia Civil de São Paulo durante a Operação Midas: Thayna Yasmin Silva Porto, os irmãos Leonardo e Gustavo de la Rossa e João Alves Augusto Correia Junior. Um quinto alvo segue foragido. Segundo a polícia, eles participaram da invasão à residência no Ribeirânia. Esses desdobramentos só foram possíveis após as joias exibidas na TV permitirem rastrear a cadeia de receptação.   

A partir do reconhecimento das joias, a Polícia Civil chegou à sede do programa em Curitiba. O responsável informou que as peças eram repassadas por fornecedores cadastrados, entre eles Haig Hovsepian, que atua há anos no mercado de compra de joias em leilões. As investigações apontam que Diego de Freitas, conhecido como “Diego Ouro”, foi preso em setembro por ser um dos autores do assalto à residência no bairro Ribeirânia. Segundo declarou o próprio empresário em depoimento, Diego teria vendido as joias roubadas a Haig Hovsepian por R$ 170 mil. Na sequência, Hovsepian repassou parte dessas peças ao programa “Mil e Uma Noites”, em Curitiba, por R$ 190 mil. A defesa do empresário de Uberaba afirma que ele desconhecia a origem ilícita do material e que, ao ser informado da suspeita, compareceu espontaneamente à delegacia para prestar esclarecimentos.   

Além Diego de Freitas as investigações também já haviam prendido Welker dos Santos Ferreira de Mattos, reconhecido pelas vítimas como um dos autores do assalto. Com os suspeitos detidos durante as fases da operação, foram apreendidos celulares e outros materiais que devem auxiliar na conclusão do inquérito. Segundo a Polícia Civil, o prejuízo causado à família de Ribeirão Preto é estimado em R$ 5 milhões.