Polícia Federal, em Uberaba e no Distrito Federal, em conjunto com a Receita Federal e o Ministério do Trabalho e Emprego, deflagrou, na manhã de ontem (9), operação policial denominada de “Sinal de Fumaça”. O objetivo é desarticular esquema que movimentou quase R$1,5 bilhão com cigarros falsificados e trabalho escravo. Mandados judiciais foram expedidos pelo Poder Judiciário e cumpridos em quatro estados da federação.
Segundo informações, mais de 170 policiais federais cumpriram dois mandados de prisão, 41 de busca e apreensão e de bloqueios e sequestro de bens dos suspeitos. Os mandados judiciais foram expedidos pela 2ª Vara de Garantias de Goiânia e pela Justiça Federal em Uberaba. As ordens judiciais foram cumpridas no Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais e Pernambuco.
Ainda conforme as informações, as investigações tiveram início a partir de denúncias que informavam a venda de cigarros falsificados ou contrabandeados nos municípios de Valparaíso de Goiás, cidade do entorno do Distrito Federal, e de Uberaba.
Os suspeitos ainda manteriam uma fábrica, onde trabalhadores paraguaios seriam explorados em condições análogas à escravidão para a produção dos cigarros falsificados.
O inquérito policial indica que os investigados teriam começado o trabalho com venda de cigarros legítimos, mas começaram a querer lucros maiores e passaram a vender cigarros de uma fábrica clandestina, provavelmente localizada em Minas Gerais.
Ainda segundo a Polícia Federal, durante as investigações, a Polícia Federal conseguiu amostras dos cigarros e fumos vendidos, de forma que laudos periciais e consulta aos supostos fabricantes teriam confirmado as suspeitas.
Apesar da aparência modesta das distribuidoras localizadas em Valparaíso de Goiás e em Uberaba, as investigações feitas pela PF indicaram a movimentação de R$1.473.870.264,00 pelo esquema.
Conforme as investigações, para conseguir movimentar a carga pelas rodovias do Brasil, o grupo falsificava documentos e notas fiscais para burlar as fiscalizações.
As investigações levantaram que os suspeitos, inclusive, ironizavam as abordagens e que “aprendiam cada vez mais” a cada nova abordagem com fiscais e policiais.
Os investigados podem responder por crimes relacionados à falsificação dos cigarros, dos documentos tributários, pelo comércio de produtos impróprios para o consumo, pelo trabalho escravo e por lavagem de dinheiro. As penas podem ultrapassar os 48 anos de prisão.