GABINETE INFORMAL

Ação que pode despejar Janja do Planalto será analisada pela Justiça Federal do DF, decide STJ

Vereador de Curitiba entrou com ação contra estrutura do gabinete de Janja, que já gastou R$ 1,2 milhão em viagens desde o início do governo Lula

O Tempo
Publicado em 19/02/2025 às 08:03
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A Justiça Federal no DF irá decidir sobre ação de despejo de Janja do Planalto (Foto/Antonio Cruz/Agência Brasil)

A Justiça Federal no DF irá decidir sobre ação de despejo de Janja do Planalto (Foto/Antonio Cruz/Agência Brasil)

Em ação que pede a desocupação do gabinete da primeira-dama, Janja da Silva, o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Paulo Sérgio Domingues decidiu que a competência é da Justiça Federal do Distrito Federal. A informação foi divulgada pelo jornal O Globo.

O vereador Guilherme Kilter (Novo), de Curitiba, moveu uma ação popular contra a primeira-dama, alegando que, ao manter uma estrutura de ao menos 12 assessores, ela viola os princípios da legalidade, da impessoalidade, da moralidade e da publicidade.

De acordo com reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, a estrutura do gabinete de Janja já gastou R$ 1,2 milhão em viagens desde o início do governo Lula. Na semana passada, por exemplo, a primeira-dama esteve em Roma, na Itália, ao lado do ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias. Ela participou de evento sobre a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza.

A ação protocolada pelo vereador pede a imediata exoneração dos servidores que trabalham para Janja, assim como a desocupação do gabinete ocupado pela primeira-dama no terceiro andar do Palácio do Planalto, a poucos metros do de Lula, onde ela despacha.

Caso os pedidos sejam aceitos, Janja não só perderá a estrutura que lhe presta assessoria diariamente como seria desalojada do Palácio do Planalto. Na ação, Kilter também solicita o ressarcimento aos cofres públicos das despesas custeadas pelos cofres públicos com a equipe de Janja, incluindo passagens, diárias e remuneração de servidores.
 
“Os servidores em questão, embora formalmente lotados na presidência da República, têm atuado a serviço exclusivo da primeira-dama, que não possui cargo ou função pública, uma vez que seu vínculo matrimonial com o presidente não lhe confere qualquer atribuição oficial”.

“Tal situação configura evidente desvio da finalidade pública desses recursos humanos, que deveriam estar dedicados às atividades institucionais da Presidência”, afirma o vereador.

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também tem sido criticado por não divulgar informações sobre a agenda da primeira-dama e os trabalhos realizados pela equipe à disposição dela.

Entenda o impasse

O vereador Guilherme Kilter entrou com a ação na Justiça Federal de Curitiba, em dezembro do ano passado. A juíza federal substituta Marize Cecília Winkler decidiu encaminhar o processo para a Justiça Federal de Brasília, já que as supostas irregularidades envolvendo a primeira-dama ocorrem na capital federal.

Em despacho, no entanto, o juiz federal substituto Francisco Vale Brum, argumentou que como o vereador de Curitiba decidiu entrar com a ação na Justiça Federal da capital paranaense, sua escolha deveria ser respeitada pelo Poder Judiciário. E o caso foi parar no STJ para decisão.

O ministro do STJ Paulo Sérgio Domingues, no entanto, entendeu que a competência é do 'foro do local dos fatos', ou seja, Brasília.

“Considerando que o presente conflito de competência é originário de ação popular em que se objetiva a proteção de dinheiro público que supostamente estaria sendo utilizado de forma ilegal e indevida pela primeira-dama da Presidência da República ao manter um ‘gabinete informal’ no Palácio do Planalto, é competente o foro do local dos fatos”, decidiu Domingues.

O ministro do STJ apontou ainda que “há casos em que o local em que se passam os fatos que serão analisados e eventualmente colhidas provas permitirá que se possa alcançar melhor resultado na avaliação da existência ou não do alegado dano que o autor popular pretende impedir ou mitigar”.

Fonte: O Tempo

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