Antes de viagem, prefeito tentou boa vizinhança com sindicato

O prefeito Anderson Adauto (PMDB) não poupou esforços, antes de viajar à Ásia e Europa, para praticar a política da “boa vizinhança” com os sindicalistas que representam os trabalhadores da PMU. Só com a diretoria do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais foram duas reuniões. Com uma série de pendências – reivindicações sem retorno – e cobradas pelos funcionários da Prefeitura, os diretores do SSPMU têm se queixado do tratamento recebido pelo prefeito, como informou o Jornal da Manhã na edição do dia 13 de maio.

Na reunião de quinta-feira, o prefeito reafirmou o que disse também ao JM sobre o tíquete-alimentaçã que não pode, neste momento, atender à reivindicação do sindicato e reajustar o valor, que hoje é de R$210. Porém, acenou aos sindicalistas com a possibilidade de promover o aumento do benefício em julho, bem como melhorar o salário e liberar o plano de saúde – todas reivindicações da pauta de 2011. Apesar de existir um acordo pela volta das negociações em julho, os diretores do SSPMU alegaram que os servidores estão sofrendo com a alta inflacionária e estavam pedindo a antecipação da melhoria no tíquete.

Por outro lado, os sindicalistas não saíram do encontro de ontem com as “mãos totalmente vazias”. Anderson Adauto orientou o presidente da Companhia Habitacional do Vale do Rio Grande (Cohagra), Samir Cecílio, a fazer uma verificação urgente na relação dos servidores municipais que foram contemplados com moradias do “Minha Casa, Minha Vida”. E mais: que compare com a lista do SSPMU e atenda os trabalhadores que ainda não receberam o benefício. O primeiro secretário do SSPMU, Acinério Mendonça, acredita que apenas 10% dos inscritos foram contemplados até agora. “O prefeito nos garantiu que só não serão contemplados os que não se encaixarem tecnicamente no programa”, diz.

AA também determinou à sua assessoria que dê início à tramitação do processo do plano de saúde. “Ele pediu agilização nos procedimentos burocráticos, de forma que, quando sentarmos à mesa de negociações em julho, o plano de saúde esteja formatado”, relatou Luís Carlos dos Santos, presidente do SSPMU.

Penitenciária. Anderson Adauto se comprometeu ainda em atender ao sindicato e mandar produzir uniforme específico para os detentos que participam do convênio entre a Prefeitura e o Governo do Estado, prevendo aproveitamento desta mão-de-obra. Acionados por servidores, os diretores do SSPMU se movimentaram. A reclamação mobilizou toda a estrutura de segurança pública da Prefeitura, e o prefeito acabou entrando na polêmica, pessoalmente. “Os servidores estão reclamando do convênio, por entender que alguns presos não estariam agindo corretamente e isso tem respingado no funcionalismo municipal”, diz Luís Carlos. De acordo com ele, os servidores querem que o trabalho dos detentos fique explicitado, e que a população tenha como diferenciá-los dos servidores municipais.