Após denúncia de Cleitinho, Cemig desmente geração de 'energia lunar' em Minas; entenda a polêmica

A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) desmentiu uma denúncia compartilhada pelo senador Cleitinho Azevedo (Republicanos) de que só seria permitida a geração de energia solar no período noturno no Estado, entre 19h e 5h. O parlamentar compartilhou um vídeo de Felipe Vasconcelos Negraes, influenciador digital, na noite de domingo (16 de fevereiro).

A publicação fala sobre a lei 14.300 de 2022, que criou o Marco Legal da Micro e Minigeração de Energia. De acordo com um rapaz no vídeo, haveria uma brecha na legislação para que usuários de painéis solares só pudessem ligar os aparelhos durante a noite. 

“Ficou complicado no estado de Minas Gerais você instalar painéis solares, porque agora, por conta de uma brecha na lei, você só pode gerar energia solar entre 19h da noite e 5h da manhã. Agora é energia lunar”, alegou o influenciador na postagem amplificada por Cleitinho. A publicação tem mais de 1 milhão de visualizações. “Vão falar que estou fazendo fake news”, disse Cleitinho no vídeo compartilhado.  

A Cemig esclareceu, em nota, que a produção de energia solar via geração distribuída acontece no período do dia, com a incidência da luz do sol. A estatal informa que há casos em que há risco de inversão de fluxo, situações quando a rede não suporta a quantidade de energia que recebe.

“Nessas situações, o solicitante pode armazenar a energia gerada, e utilizar no período noturno. Dessa forma, tendo em vista a segurança do sistema elétrico, a Cemig segue a determinação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Isso posto, não existe geração de ‘energia lunar’”, diz a estatal. 

“Entre as consequências da inversão de fluxo, destacam-se a sobrecarga nos transformadores das subestações, interrupção no fornecimento de energia, sobretensão nas redes de distribuição, redução da vida útil e danos nos equipamentos da rede elétrica, comprometendo seriamente a qualidade de fornecimento aos clientes”, completa a Cemig. 

A reportagem procurou Cleitinho para comentar a nota da Cemig, mas ainda não houve resposta. O espaço continua aberto. 

Fonte: O Tempo