Realizada no Instituto Nacional de Criminalística, bateria de exames do ex-presidente foi concluída por volta das 15h desta quarta (17/12)

Jair Bolsonaro (esq) em conversa com Celso Vilardi, advogado responsável pela sua defesa (Foto/Ton Molina/STF)
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passou por uma perícia médica da Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira (17/12) em meio à controvérsia entre sua defesa e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes a respeito da urgência de uma cirurgia. A intervenção levaria o ex-presidente a deixar temporariamente a Superintendência da PF, onde está há 25 dias.
A PF concluiu a perícia, realizada no Instituto Nacional de Criminalística, por volta das 15h. “O ato pericial transcorreu com normalidade, tendo os peritos examinado o presidente Jair Bolsonaro com o acompanhamento do Dr. (Brasil Ramos) Caiado. O presidente encontra-se soluçando”, escreveu o advogado João Henrique de Freitas, no X.
Ex-assessor de Bolsonaro na Presidência da República, João Henrique acrescentou que o laudo pericial deve ser concluído nos próximos dias. “Os peritos informaram que agora encaminharão a avaliação pericial ao ministro (Alexandre de Moraes)”, emendou. O TEMPO Brasília questionou à PF quando o laudo será concluído, mas, até a publicação desta reportagem, não houve retorno.
Moraes adiantou a perícia médica de Bolsonaro após a defesa insistir na urgência de uma cirurgia para retirar uma hérnia inguinal na última segunda-feira (15/12). Em anexo a um laudo particular, assinado pelo médico do ex-presidente Cláudio Birolini, os advogados ressaltaram que a intervenção não é uma “hipótese remota ou preventiva abstrata, mas de necessidade médica atual, objetiva e comprovada”.
O próprio Birolini sugeriu que Bolsonaro fosse levado ao hospital DF Star, em Brasília, onde ficaria internado de “cinco a sete dias”. O médico justificou que o tempo seria necessário para “avaliação pré-operatória, procedimentos cirúrgico e anestésico, analgesia pós-operatória, profilaxia de eventos trombóticos e fisioterapia motora”.
O laudo, fruto de uma ultrassonografia do abdômen realizada no último domingo (14/12), foi uma resposta a Moraes, que havia questionado os primeiros exames apresentados pela defesa para pedir a saída temporária de Bolsonaro da Superintendência da PF. “Os exames médicos apresentados pela defesa não são atuais, sendo que o mais recente foi realizado há três meses”, contestou.
Como Moraes deu 15 dias à PF para atestar se Bolsonaro deveria ser submetido, com urgência, às cirurgias, a defesa pediu ao ministro para que o ex-presidente realizasse uma ultrassonografia do abdômen dentro da própria carceragem. Os advogados alegaram que o exame iria apenas “agilizar e viabilizar a instrução pericial” e não havia “necessidade de deslocamento do peticionante”.
O quadro clínico de Bolsonaro é o principal argumento da defesa para pedir a prisão domiciliar humanitária. Embora o ex-presidente tenha atendimento médico à disposição em regime de plantão desde a prisão preventiva, os advogados defendem que seu estado de saúde seria incompatível com o regime fechado.
A defesa reiterou o pedido na última segunda ao apresentar o laudo da ultrassonografia do abdômen. “A confirmação diagnóstica da hérnia inguinal bilateral com conteúdo intestinal e a indicação médica formal de cirurgia imediata apenas tornam mais evidente o risco concreto à integridade física do sentenciado caso permaneça em regime fechado”, reforçou.
Fonte: O Tempo