O vereador Marcelo Machado Borges, o Borjão (PMDB), não gostou nem um pouco da declaração de seu colega
O vereador Marcelo Machado Borges, o Borjão (PMDB), não gostou nem um pouco da declaração de seu colega e relator da Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, José Severino Rosa (PT), de que poderá representar contra os mais exaltados em plenário.
O peemedebista – que é suplente desta mesma Comissão – avalia que o colega adotou uma postura de retaliação. Por duas vezes na semana os vereadores de Uberaba – inclusive o próprio Borjão – se envolveram em bate-bocas que foram transmitidos ao vivo pela TV Câmara, e na última reunião do mês, o presidente da Casa, Luiz Dutra (PDT) – protagonista de outro entrevero –, leu um texto em que pregou o debate racional e sereno no plenário.
Mas a se considerar as palavras do peemedebista dirigidas ao colega Severino, o clima no Legislativo deve ferver. Borjão diz que o comentário do petista parece uma tentativa de maquiar outra situação e que não acredita que seja sua forma de agir que o incomoda, mas o conteúdo, “sem meias-palavras. Aliás, sei que incomodo muita gente e não vou me intimidar com ameaças veladas, fantasiadas de falsa indignação com afirmações mais contundentes”, disse.
Ele acrescenta que o plenário da Câmara é um espaço democrático, no qual os vereadores têm o direito constitucional de debater suas ideias e que cada um faz isso de uma maneira, alguns, de forma desinteressante e cansativa, outros de modo subserviente e outros de maneira mais firme e sem meias-palavras. “Depende do compromisso de cada com o mandato e a população e do temperamento da pessoa”, disparou Borjão, para quem falta de ética não é o embate de ideias no plenário do Legislativo, que é o palco da democracia, “mas ficar omisso de maneira subserviente aos desmandos e erros apenas porque seu partido faz parte da base aliada do governo.”
Birra. Para o cientista político Jean Carlo de Oliveira, alguns vereadores se portam como meninos mimados quando suas solicitações ou sugestões não são acatadas. E esse comportamento é vergonhoso, “uma total falta de decoro”, para com os colegas e a população. Nesse sentido ele alerta para que o eleitor fique atento e avalie com critério para fazer suas escolhas futuras, observando quem age com coerência, bom senso, capacidade de articulação, desprendimento e, sobretudo, caráter, que são características fundamentais de um político.