“Não estou entendendo o Rodrigo Mateus, uma pessoa a quem sempre admirei e respeitei. Ou ele está sendo usado, se prestando ao papel de menino de recados de quem não tem coragem de se expor, ou está descompensado.” A frase acima é do vereador Marcelo Borjão (PMDB) ao reagir às declarações do seu correligionário e secretário municipal de Governo, que diz acreditar que ele ainda não deixou o partido por falta de opção e medo de ver seu mandato questionado na Justiça.
Ao reagir, Borjão parece ter mordido a isca lançada por Mateus, que, ao fazer tais considerações, disse também que o vereador “tem ação de criticar e responder rápido e vai negar tudo”. O fato é que Mateus defendeu a desfiliação do correligionário, que está em rota de colisão com o comando do PMDB há quase um ano, tanto que é investigado pela Comissão de Ética do Diretório Municipal. Para completar, o secretário ainda colocou em dúvida o convite de filiação feito pelo Democratas, anunciado oficialmente pelo deputado federal e principal cacique da legenda em Uberaba, Marcos Montes – MM não reagiu à colocação.
Para Borjão, contudo, é surpreendente como alguns integrantes do PMDB estão afoitos para ver pelas costas um vereador correto e realmente preocupado com a população. “Certamente demonstram insatisfação com minha postura séria, coerente e responsável com a política. Vai ver que acham que a oposição preza mais essas qualidades”, dispara, para em seguida afirmar que é leal aos seus princípios, que tem mais de 25 anos de PMDB e acredita muito na grandeza do partido. Em sua opinião, o momento é de reflexão, planejamento e muita calma.
Novamente Borjão sinaliza que pretende ficar no partido – apesar de já ter pedido até mesmo para ser expulso –, enquanto isso, curiosamente sua defesa vem da oposição, para onde Rodrigo sugeriu que o correligionário migrasse. Nesse sentido, no que depender do PV, ele pode trocar de legenda.
O secretário de Comunicação dos Verdes em Uberaba, Marco Antônio Figueiredo, garante que as portas da agremiação estão abertas para o vereador, como já lhe foi formalizado através de dois convites. Ele também criticou o secretário, a quem chamou de competente para administrar, mas, como analista político, “pisou no tomate” com essas declarações. Figueiredo também não poupou o partido adversário, que, em sua opinião, não teve peito para tomar a decisão de liberar Borjão sem que para isso reivindique seu mandato.