Borjão notificado por ser hostil ao comando do PMDB

O vereador Marcelo Borjão disse não compreender a sua legenda, o PMDB, que em nova representação – enviada ontem ao seu gabinete – pede para que explique ao Conselho de Ética o porquê de agir com ostensiva hostilidade ao comando partidário e de maneira desrespeitosa para com os dirigentes peemedebistas. “Não sei isto é uma jogada para fazer uma pressão emocional, mas o fato é que o partido saiu do foco inicial”, dispara, acrescentando, contudo, que fará sua defesa como quer o diretório municipal. O prazo para tanto é de 15 dias a contar de hoje.

Para sua assessora jurídica, advogada Juliana Maria Prata Borges Silva, esta nova representação beira à inconstitucionalidade porque Borjão já se defendeu das acusações anteriormente formuladas (leia nesta página). Ela pontua ser uma ilegalidade alterar a denúncia em virtude da defesa apresentada pelo vereador, como consta de documento encaminhado pelo PMDB ao seu líder na Câmara. A ata da audiência prévia da Comissão de Ética traz em seu bojo que a representação [anterior] feita ao correligionário “encontra-se lacunosa face ao depoimento do representado [Borjão]”.

“Tenho orgulho de estar no PMDB, mas o que está acontecendo comigo talvez seja uma das maiores injustiças dentro do partido, que pela primeira vez convocou sua comissão de ética, como revelou o professor Antônio Bernardes [presidente do colegiado]”, desabafa o vereador. Ele reitera que a legenda o está investigando por conta de ter denunciado à Executiva estadual a infidelidade partidária nas eleições de 2010 e diz acreditar que o PMDB não está encontrando um jeito de expulsá-lo dos seus quadros, por isso essa pressão toda.

Borjão reforça que é preciso uma decisão rápida porque tem que definir seu futuro político até outubro, quando termina o prazo de filiação para quem pretende se candidatar no ano que vem. “Não posso ficar à mercê do partido”, encerra.