Borjão x PMDB

Vinte e quatro horas depois de ter se negado a comentar a iniciativa do PMDB de levar à Comissão de Ética o episódio em que xingou Jorge Ferreira em plenário, Marcelo Borjão voltou atrás e disparou contra o comando da legenda. Para ele, infelizmente alguns membros do partido pautam suas ações no rancor e não aceitam questionamentos e agora, de maneira ardilosa, vêm querendo usar o ocorrido na Câmara para tentar intimidá-lo.

“Isso é um absurdo. Não posso aceitar essa tentativa de fazer uma manobra política para me calar e humilhar, com a finalidade de me anular. Isso é vergonhoso, me deixa muito decepcionado”, afirma Borjão, acrescentando que tem propostas de outros partidos para se filiar. Contudo, assegura que não está pensando em deixar o PMDB e sugere aos comandantes da sigla que se estão incomodados com a sua presença que saiam eles. O vereador está inconformado com o fato de a legenda ter revelado primeiro à imprensa que iria levar o episódio do xingamento para a Comissão de Ética do Diretório Municipal, ao invés de ter lhe comunicado desta decisão.

Borjão diz acreditar que os dirigentes partidários querem descontar a denúncia que fez à Executiva Estadual quanto à infidelidade partidária nas eleições de 2010, quando os peemedebistas optaram por apoiar José Luiz Alves, do PSL, em detrimento da candidatura própria de Tony Carlos para deputado estadual. Mas ele assegura não ter medo do que chamou de perseguição e confia no bom senso do professor Antônio Bernardes, que é presidente da Comissão de Ética da sigla, que “saberá entender e não deixará ir a frente”.

Questionado pelo Jornal da Manhã sobre o que o fez mudar de ideia e falar da decisão do PMDB – que até o fechamento desta edição não o havia notificado oficialmente –, Borjão foi incisivo ao responder que o problema não é do partido, e sim do Legislativo, que inclusive já arquivou o caso.