A alteração na quantidade de vereadores em Uberaba começou a ganhar corpo ontem depois que o presidente da Câmara, Luiz Dutra (PDT), levou o assunto para a primeira reunião do mês, que marcou a volta dos trabalhos em plenário após o recesso de 25 dias em julho. As atuais 14 cadeiras podem passar para 21 ou 23, decisão que está atrelada ao número de habitantes, mas que para de fato se concretizar depende da provação de um projeto de emenda à Lei Orgânica do Município.
Projeto esse que, segundo garantiu Luiz Dutra, começa a ser discutido a partir da semana que vem, lembrando que a matéria não está ligada a qualquer tipo de reajuste no repasse do duodécimo à CMU. No que depender dos seus pares, a discussão vai envolver a todos. Mesmo porque, como ponderam o primeiro-secretário da Casa, professor Godoy (PTB), e Afrânio Cardoso de Lara Rezende (PP), para abrigar mais vereadores com os mesmos recursos será preciso promover muitos ajustes. Os dois estimam até mesmo que haja corte no número de assessores por gabinete – hoje, o limite é de 13 –, sendo que o vice-presidente da CMU, Itamar Ribeiro Rezende (DEM), aponta que será a atual legislatura responsável por definir essas mudanças.
Nesse sentido, Marcelo Borjão (PMDB) entende que 14 cabeças pensando é melhor do que uma só, referindo-se ao presidente da Casa. “O Dutra é suficientemente capaz, confio nele, mas sentar-se com todos é o ideal para fazer essa matemática”, declarou o vereador, que parece, ainda, ter superado os desentendimentos com o pedetista, que está empenhado na construção da sede nova para a Câmara. Já Itamar destaca que se até a posse dos eleitos a obra não tiver saído, uma alternativa seria alugar um imóvel para abrigar a estrutura do Poder.
Atualmente o Legislativo funciona em dois locais distintos: na praça Rui Barbosa e rua Coronel Manoel Borges – ocupando dois prédios históricos – e outro na rua Tristão de Castro, onde estão os gabinetes. “Até o fim do ano esperamos adequar toda a estrutura organizacional da Câmara”, diz um otimista Luiz Dutra, assegurando que o projeto entra em tramitação em agosto.
Por se tratar de emenda à Lei Orgânica, tem que ser votado em dois turnos, com um intervalo regimental de 15 dias entre uma votação e outra. Para o líder governista, Cléber Cabeludo (PMDB), a Casa tem dinheiro para fazer as adaptações, pagar os vereadores e assessores, sem qualquer prejuízo para os trabalhos.