Requerimento foi aprovado ontem no Legislativo sob o argumento de que o atual Protocolo de Manchester estaria causando demora no atendimento
Vereador Tulio Micheli apresentou requerimento solicitando a mudança de protocolo após fiscalização nas UPAs (Foto/Jully Borges/CMU)
Legislativo solicita alteração no protocolo de classificação de risco utilizado nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) em Uberaba. Um requerimento foi aprovado na sessão de ontem e reivindica que a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) avalie a possibilidade de adotar outra metodologia para a análise do quadro dos pacientes.
Autor do documento, o vereador Tulio Micheli (SDD) posicionou que realizou fiscalização nas UPAs e constatou nas visitas que o Protocolo de Manchester, adotado desde a gestão do ex-prefeito Anderson Adauto, não seria o mais adequado para a classificação de risco dos pacientes. “O Sistema de Triagem de Manchester, criado na Inglaterra, além de não parecer ser o mais eficaz para o atual momento delicado da saúde uberabense, o mesmo também é totalmente desrespeitado pela Sociedade Educacional Uberabense, gestora das UPAs”, argumentou.
O parlamentar sugere a análise da implementação de protocolos desenvolvidos em outros países. “Temos, por exemplo, o Australasian Triage Scale, da Austrália; o Canadian Triage and Acuity Scale, do Canadá; e o Emergency Severity Index, dos Estados Unidos. Este último, se faz mais indicado para o momento, uma vez que o tempo de permanência do paciente nas UPAs seria menor, dando melhor fluxo nas unidades”, defendeu.
Procurada pela reportagem do Jornal da Manhã, a Secretaria Municipal de Saúde manifestou que o processo de acolhimento e triagem de pacientes (classificação de riscos) possui diversos modelos de protocolos praticados no Brasil e no mundo, mas o Ministério da Saúde recomenda a prática em metodologia similar ao Protocolo de Manchester. “A Sociedade Educacional Uberabense utiliza a classificação de risco em suas unidades hospitalares há alguns anos, com a adaptação própria do modelo Manchester. Assim sendo, temos realizado a triagem em conformidade não somente com as recomendações do próprio Ministério da Saúde, mas também com outras realidades do Brasil”, continua a nota.
Questionada sobre a possibilidade de mudança na metodologia utilizada nas UPAs da cidade, para viabilizar o atendimento mais rápido, a pasta apenas declarou que os “protocolos para agilidade nos atendimentos já foram discutidos e continuam sendo avaliados até a dissolução deste gargalo” nas unidades.
A Secretaria de Saúde ainda manifestou, que a partir de agora, todos os pacientes são inicialmente triados antes da abertura de ficha de atendimento e há continuado processo de reclassificação dentre os que esperam por atendimento nas unidades.