O líder governista na Câmara, Cléber Cabeludo, defendeu ontem um ponto final no embate público entre o PMDB e o vereador Marcelo Borjão, ao qual recomenda que deixe o partido, se não está se sentindo bem como diz. Alçado ao centro da contenda, depois que o colega trouxe à tona que o prefeito e correligionário Anderson Adauto sugeriu sua desfiliação para inviabilizar a legenda de Borjão nas próximas eleições, Cléber garante que nada foi discutido nessa linha.
Ele assegura que nem AA ou um dos dirigentes do PMDB o procuraram para tratar dessa possibilidade, mas adianta que vai sentar-se com o comando partidário e o próprio prefeito. “Estou no partido há 11 anos e só vou tomar uma posição depois de conversar com a Executiva”, informa, acrescentando que é uma pessoa de grupo e que é preciso ser coerente. A se considerar a declaração, não estaria de todo descartada a manobra de Anderson para dificultar a reeleição de Borjão, que desde o ano passado tem sido visto como uma pedra no sapato do Diretório Municipal e da própria administração.
De perfil independente, como é visto por muitos observadores do cenário político, Borjão não se cansa de dizer que apoia as ações positivas do Executivo sem deixar de criticar o que considera errado. Esse perfil rendeu a ele um clima de animosidade junto aos dirigentes partidários – e entre boa parte dos correligionários –, que se exacerbou depois que o vereador acionou o comando estadual do PMDB para relatar a ocorrência de infidelidade partidária no pleito de 2010.
O relato não encontrou eco junto à Executiva mineira, e a ferida na já difícil relação entre Borjão e o partido não mais cicatrizou, chegando ao ponto de ele pedir para ser expulso diante da investigação a que está sendo submetido pela Comissão de Ética peemedebista. Para Cléber, nem o colega nem o PMDB precisam disso e devem chegar a uma solução rápida. “Os dois têm que se decidir, se fica, fica, senão, tem que sair. É preciso um ponto final”, sugere o líder governista, sinalizando que a contenda é prejudicial à imagem da sigla.
Isto porque Cléber lembra que o partido é composto por um grupo que lutou por vários anos para chegar ao poder, que já tem trabalho apresentado à população e que fez várias mudanças contribuindo para o crescimento da cidade.