A Comissão de Ética do Legislativo decidiu por arquivar o procedimento instaurado para apurar se o vereador Marcelo Borjão quebrou o decoro parlamentar ao xingar Jorge Ferreira
A Comissão de Ética do Legislativo decidiu por arquivar o procedimento instaurado para apurar se o vereador Marcelo Borjão (PMDB) quebrou o decoro parlamentar ao xingar Jorge Ferreira (PMN) na última reunião de maio, com direito a transmissão ao vivo pela TV Câmara. O relatório elaborado pelo colegiado foi concluído ontem, pouco antes do início da sessão, e encaminhado ao presidente da CMU, Luiz Dutra (PDT), para ser lido no plenário.
O documento, contudo, ganhou a assinatura de apenas dois dos três integrantes da comissã Afrânio Cardoso de Lara Resende, do PP (presidente), e Almir Silva, do PR (vogal). Em que pese não ter se justificado em plenário e sequer falado com a imprensa, nos bastidores o comentário era de que o petista José Severino Rosa (relator) não concordou com o resultado do trabalho do colegiado, mas foi voto vencido.
Conforme o relatório (001/11), Borjão sofreu punição tácita à medida que o caso – considerado um ponto negativo na sua carreira com prejuízos à sua imagem – chegou ao conhecimento de toda a sociedade através da imprensa. “Isto por si só já deve ser considerada uma punição à altura da infração cometida”, diz trecho do texto, que mais adiante pondera que, ao pedir desculpas publicamente em plenário e assumido seu erro, o vereador aplicou uma “autoadvertência”.
Por esse motivo, a comissão optou por acatar o arrependimento do peemedebista, “considerando-o como plausível”, e arquivar o procedimento. O relatório foi aprovado pelo plenário, mas não sem antes vários vereadores comentarem o caso. Mas, chamou a atenção o desabafo de Jorge Ferreira, que desde o episódio do insulto não havia feito nenhum comentário. Segundo ele, que disse estar “louco para zerar essa história e dar sossego para nós dois”, em momento algum quis que o caso chegasse até a Comissão de Ética.
Ferreira garantiu que não guarda mágoa de Borjão, a quem pediu licença para chamar de irmão, mas classificou o xingamento de ato infeliz. Já o peemedebista assegura que saiu sai de cabeça erguida dessa situação, porém, crê que Severino guardou alguma mágoa para não ter assinado o relatório.
Afrânio, que considerou o trabalho da comissão na medida do ato do colega, confessou que não é fácil julgar ninguém. O presidente da Câmara, Luiz Dutra (PDT), relacionou o caso ao início dos “agitos nos bastidores políticos rumo às eleições de 2012”.