Contratos para manutenção de ambulâncias do Samu apresentam suspeita de irregularidade. Informação chegou ao Jornal da Manhã e dá conta de possível direcionamento nos processos licitatórios. O assunto também já desaguou no Conselho Municipal de Saúde (CMS), que analisou a prestação de contas do Samu referente ao primeiro trimestre do ano. Procurado pela reportagem, o vice-presidente do Conselho, Jurandir Ferreira, confirma o possível esquema de cartas marcadas. De acordo com ele, os conselheiros observaram na prestação de contas a contratação sempre da mesma empresa para o conserto das ambulâncias. O procedimento era feito por meio de dispensa de licitação, no qual existe a exigência de, pelo menos, três cotações de preço. Segundo Jurandir, na busca pelas outras duas empresas não havia informação sobre os orçamentos apresentados. Ele explica que, no primeiro caso, o endereço e os telefones inscritos no relatório de preços não existiam. “Então, fizemos a consulta ao CNPJ da empresa. E vimos que está inativo desde 1997”, declara. Na segunda proposta, Jurandir informa que a loja realmente existia, porém também com endereço e telefones errados. Por outro lado, o conselheiro salienta que o proprietário negou já ter vendido para a Prefeitura ou mesmo fornecer orçamento para a Secretaria Municipal de Saúde. “Ele inclusive assinou uma declaração para nós atestando que o documento apresentado pela secretaria é falso”, afirma. Jurandir declara que o conselho decidiu aprovar as contas com ressalvas para evitar a interrupção do serviço, pois parte dos recursos vem do Estado. “Se rejeitássemos de imediato, o Estado bloquearia o repasse de R$ 42 mil e prejudicaria o atendimento aos pacientes”, justifica. Porém, o conselheiro destaca que o órgão está solicitando a documentação e levantamento das despesas do Samu nos últimos quatro anos. No requerimento, foi dado prazo de dois meses para a secretaria auditar a situação e enviar respostas sobre a possível irregularidade. Conforme as explicações, o assunto poderá gerar denúncia no Ministério Público. Através da assessoria de imprensa, a Saúde posicionou apenas que atenderá às solicitações do Conselho e enviará as respostas no prazo estabelecido no documento.