Os deputados federais Marcos Montes (DEM) e Paulo Piau (PMDB), com base eleitoral em Uberaba, e Aldo Rebelo (PCdoB-SP) foram alvo de um protesto ontem, promovido pela Associação Mineira de Defesa do Meio Ambiente (Amda), por conta do Código Florestal, em discussão no Congresso Nacional. Fantasiados de animais e empunhando placas com as fotografias dos parlamentares riscadas com um “x” vermelho, cerca de 30 ativistas tomaram conta da praça da Savassi, na região centro-sul de Belo Horizonte, pela manhã.
O evento teve como objetivo chamar a atenção da sociedade para o risco de haver um crescimento no desmatamento no país, caso sejam aprovadas as propostas no bojo do Código. De acordo com a presidente da Amda, Dalce Ricas, o texto não é rigoroso nesta questão e as alterações previstas podem acarretar aceleração de processos de perda da biodiversidade pelo aumento da destruição de matas.
Piau e MM integram a Comissão Especial do Código Florestal, cujo relator é Rebelo. Ao comentar sobre a manifestação, o peemedebista disse que algumas pessoas não sabem enxergar o lado social das questões ligadas ao meio ambiente: “São vesgos, míopes ou então querem tirar proveito do tema”.
Para ele, existem três tipos de gente nessa discussã os que querem trabalhar com respeito ambiental – grupo no qual se diz inserido –; os vigaristas, que usam o setor para ganhar dinheiro, e os tolos, que não entendem nada e só batem palmas. Na sua defesa e dos colegas, Piau assegura que está se fazendo um trabalho voltado ao equilíbrio econômico, social e ecológico.
Marcos Montes diz ter absoluta tranquilidade de que as medidas são o melhor para o Brasil: “Preservando ambientalmente, mas oferecendo condições para que o país seja cada vez mais produtivo e competitivo na oferta de alimentos ao mercado mundial, favorecendo a economia nacional, a geração de emprego, renda e divisas”. Segundo ele, a própria Organização das Nações Unidas prevê que, até 2050, o Brasil deverá responder por 50% da produção mundial de comida para o mundo e isto, naturalmente, não interessa a muitos países, que não querem este avanço.
Marcos Montes diz ainda que, basicamente, a maior parte das ONGs ambientalistas que se apresentam no país é patrocinada por instituições internacionais. “Não queremos que estas ONGs bancadas com dinheiro de fora interfiram no Brasil. E isto já está virando rotina, com manifestações variadas visando a convencer a população de situações que não são verdadeiras”, afirma.
Sobre o relatório de Aldo Rebelo, MM afirma que ele não atende na totalidade ao produtor rural, mas é um texto equilibrado e fruto de muita discussão com a sociedade, através de audiências como a que ocorreu em Uberaba. “Eu e Paulo Piau tivemos a coragem de pôr a cara para defender o desenvolvimento sustentável sem medo de perder votos. Temos a certeza de que estamos defendendo o que é melhor para o Brasil e para os brasileiros”, encerra MM.