POLÍTICA

Discurso de AA de que Montes engavetou avaliação é contestado

Afirmação de Anderson de que a avaliação realizada na rede municipal na gestão de Marcos Montes foi engavetada devido ao baixo desempenho dos alunos incomodou ex-servidores

Daniela Brito
Publicado em 30/06/2011 às 00:34Atualizado em 19/12/2022 às 23:36
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A afirmação do prefeito Anderson Adauto (PMDB) de que a avaliação realizada na rede municipal na gestão do então prefeito Marcos Montes (DEM) foi "engavetada" devido ao baixo desempenho dos alunos incomodou ex-servidores que atuaram na época junto à Secretaria de Educação e Cultura.

Delcira Soarez, diretora de Educação entre os anos de 2001 e 2004 – cargo que corresponde hoje ao de subsecretária –, revela que mais de dez diretores, que ainda continuam no cargo, são testemunhas da socialização dos resultados em todas as escolas e das interferências efetuadas para sanar os problemas constatados no levantamento. “Os reais interessados foram devidamente informados da situação. Todos os detalhes fornecidos pela instituição avaliadora foram analisados e discutidos para detectar as causas dos problemas e traçar planos eficazes para a melhoria do processo educativo”, assegura.

Ela destaca ainda que há antigos diretores de departamento e chefes de seção – e mesmo outras pessoas que fizeram parte das equipes da pasta à época – que hoje integram a Semec e que também foram responsáveis pela socialização dos resultados, bem como pela implantação de projetos para sanar as dificuldades. Ela cita até o próprio secretário, José Vandir de Oliveira, enquanto diretor da Escola Municipal Boa Vista, como integrante de todo processo. Delcira garante que os resultados não foram "engavetados". “A avaliação não foi sigilosa, foi pública, aplicada às claras, em dia especial, por uma instituição federal de renome. A própria comunidade escolar aguardava ansiosamente os resultados”. diz. Ainda segundo ela, o discurso do prefeito “cheira” a oportunismo. “A lógica de todo o processo avaliativo não dá credibilidade a essa conclusão pueril de que os resultados obtidos não foram socializados. Isto nunca foi um segredo, como querem fazer parecer, tanto é que os resultados foram deixados para a próxima gestão fazer deles o que quisesse.”

Para a ex-secretária da Educação entre os anos de 2001 e 2004, Solange de Melo Montes Nogueira Borges, o prefeito é mal-intencionado. “É demasiado fácil apontar o dedo para as chagas abertas na educação local, bem menos graves do que aquelas medidas sobre o índice nacional, e encontrar culpados. Precisamos ter mais cuidado com a educação”, diz. Ela garante que os números da avaliação não foram para a gaveta.  “Posso assegurar, com a responsabilidade e seriedade que permeia o meu trabalho, que toda a comunidade escolar teve conhecimento dos números, participou e se empenhou nas ações propostas a curto, médio e longo prazo em prol de uma melhora na educação do município. É preciso dar continuidade, pois a educação é um processo”, afirma.

Quem também se posicionou sobre o assunto foi Maria de Lourdes Melo Prais, Dedê Prais, que ocupou a Secretaria de Educação na gestão do então prefeito Luiz Guaritá Neto, atuou na área no primeiro mandato de MM e também prestou consultoria para a atual administração de AA. Para ela, as escolas municipais começaram a ser avaliadas somente em 2005, quando foi instituída a Prova Brasil pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC). Antes disso, a única avaliação de larga escala que existia era a do Saeb, criada em 1990, feita por amostragem.

Conforme esclarece, no segundo mandato de MM, o município solicitou a avaliação à Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) para conhecer o desempenho do seu sistema de ensino, assim como a atual gestão solicitou a avaliação ao Colégio Cenecista Dr. José Ferreira. “Ao contrário do que se pensa, não houve preocupação de esconder o seu resultado, mas, ao contrário, de continuar investindo no caminho certo, da garantia de uma educação de qualidade. É certo que naquele momento a educação básica no Brasil, como ainda hoje, pedia socorro. Apesar dos avanços, neste sentido a avaliação serviu para a implementação de ações necessárias”, finaliza.

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