Maior feira de zebu serve de palco para inúmeras costuras que vão tomando forma ao longo do ano, especialmente em períodos pré-eleitorais
Uberaba como um todo espera por mais uma edição da ExpoZebu, que, além de trazer a nata da pecuária nacional e mundial, reúne os principais expoentes da política no País – e não raro o presidente da República. A maior feira de gado zebu do mundo serve de palco para inúmeras costuras que vão tomando forma ao longo do ano, especialmente em períodos pré-eleitorais. Mas se a população acompanha com expectativa a realização deste grandioso evento, nem desconfia que nos bastidores da política corre lava pura.
Em ebulição estão os partidos – representados por suas lideranças – tentando aglutinar forças, alguns com mais facilidades do que outros, mas todos com grandes desafios para o pleito de 2012.
Pela primeira vez na história de Uberaba é real a possibilidade de haver segundo turno, já que o cenário que se delineia no horizonte é de um maior número de candidatos. O atual prefeito, Anderson Adauto (PMDB), não pode concorrer à reeleição e seu grupo político tem alguns nomes na manga para sucedê-lo, entre os quais o deputado federal e seu correligionário Paulo Piau, que não assume e nem nega a intenção de se candidatar, mas vem fazendo um discurso alinhado com o de AA, de que para se fazer um bom governo é preciso perfil administrativo.
Mas se Piau saiu vitorioso das urnas em 2010, o pleito ficou marcado na história do seu partido pela infidelidade partidária, e neste sentido o PMDB ainda precisa aparar muitas arestas para sair coeso em 2012. Mas não são apenas os peemedebistas que estão buscando se organizar. O PV, por exemplo, cuja comissão provisória tem novo comando, vem sondando alguns políticos locais visando a atraí-los para seus quadros a fim de ter uma participação mais decisiva no pleito – o efeito Marina (candidata a presidente da República) deu um novo gás à legenda.
Os vereadores Itamar Ribeiro (DEM) e João Gilberto Ripposati (PSDB) estão entre os assediados e ambos não descartam uma possibilidade de mudança. O tucano, que já foi até presidente do PV (2005-2006), pondera, no entanto, que trocar de partido não é algo assim tão simples. Ele cita o empenho da sua atual legenda em buscar uma reestruturação e diz que se o caminho traçado estiver em consonância com o que a população espera, não justifica sair.
“Tenho carinho e amor pelo PV e quando fui para o PSDB levei muito da cultura do meio ambiente e da sustentabilidade, mas o momento é de revisão, antes de uma mudança”, afirma Ripposati. Para Itamar Ribeiro, o importante é analisar as propostas com muito critério para não cometer nenhuma bobagem. Ele diz estar satisfeito no Democratas, mas analisa o convite com carinho e assegura que já foi sondado por outras legendas. “Tenho que definir se vou buscar a reeleição ou me candidatar a prefeito e aí sim, buscar o melhor caminho”, assegura.