Escândalo no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento atinge em cheio Ricardo Saud, diretor da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário da pasta
Escândalo no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) atinge em cheio o uberabense Ricardo Saud, diretor da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo da pasta. O presidente do PP é colocado pelo jornal Correio Braziliense como sócio da empresa Ourofino Agronegócios - sediada em Ribeirão Preto, com filial em Uberaba -, acusada de ter sido beneficiada com patentes para a produção de vacina contra febre aftosa pelo Mapa. Além disso, jato avaliado em US$7 milhões, de propriedade da empresa, estaria sendo utilizado pelo ministro Wagner Rossi e o filho dele, deputado Baleia Rossi, para viagens particulares.
A reportagem confirma o nome de Ricardo Saud como sócio da Ethika Suplementos e Bem Estar - subsidiária do Grupo Ourofino. A certidão da fundação da empresa está registrada na Junta Comercial de Minas Gerais (Jucemg). A ficha societária, datada do dia 10 de fevereiro de 2009, atribui 15% da empresa ao assessor especial de Wagner Rossi.
Em setembro de 2007, enquanto titular da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ricardo Saud interveio em relação à doação de terreno para a empresa instalar a unidade industrial de Uberaba. Na época, a Ourofino obteve ainda 10 anos de isenção de Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). Todos os trâmites foram aprovados pela Câmara Municipal de Uberaba.
No Mapa, ele tomou posse no início do ano e desde então é responsável por elaborar políticas e liberar recursos para cooperativas agrícolas. Em contato com o Jornal da Manhã, Saud optou por não falar sobre a matéria publicada pelo Correio Braziliense, assegurando apenas não ser mais sócio da Ethika Suplementos e Bem Estar. “Isso foi há muito tempo”, disse. Segundo ele, este assunto tomou grande dimensão e qualquer tipo de esclarecimento deveria ser obtido na nota oficial emitida pelo ministro Wagner Rossi.
A Ourofino Agropecuária, através da assessoria de imprensa, garantiu que a sociedade não se confirmou por “falta de recursos” da parte de Ricardo Saud. A empresa também esclareceu que a Prefeitura de Uberaba ofereceu o terreno como forma de incentivo para a instalação da unidade industrial no município, mas a doação foi rejeitada pela necessidade de uma escritura imediata para conseguir financiamento e, consequentemente, optou-se pela compra de um terreno com recursos próprios. Por outro lado, confirmou os empréstimos do jatinho ao ministro e o filho com a justificativa que a aeronave é cedida “para amigos pessoais e colaboradores” - apesar de Wagner Rossi, através da nota oficial, garantir que pouquíssimas vezes a utilizou para viagens particulares.