A denúncia envolvendo Ricardo Saud veio à tona por conta da Ourofino Agronegócios ter recebido autorizações do governo federal no ramo de patentes de vacinas para febre aftosa. Com as autorizações, a empresa registrou crescimento de 81% e foi inserida na campanha de vacinação, iniciada em novembro passado pelo Mapa. A liberação para a produção da Ourovac Aftosa teria sido feita por Wagner Rossi, natural de Ribeirão Preto, município onde está instalada a sede da empresa. Com isso, o grupo empresarial se tornou pioneiro no país no segmento de vacinas em um mercado que movimenta R$1 bilhão e antes dominado por firmas estrangeiras.
Em nota, o ministro negou que estivesse à frente do processo de autorização para que a empresa pudesse produzir o medicamento. Segundo ele, o trâmite para a liberação teve início em setembro de 2006, ou seja, antes de assumir a pasta. “E, diferentemente do que insinua a reportagem, a Ourofino não foi a única a receber tal autorização”, disse. Ainda conforme a nota, a Inova Biotecnologia (MG) também recebeu licença do governo, em outubro de 2010, para fabricar a vacina contra a febre aftosa, ou seja, no mesmo período em que a Ourofino foi licenciada.
Até 2009, apenas seis empresas, sendo cinco multinacionais, tinham autorização do governo para produzir e comercializar o medicamento no Brasil. “Empresas nacionais, como a Ourofino e a Inova, conseguiram o status oficial para a produção da vacina, cuja decisão técnica teve como objetivo abrir o mercado”, colocou. Além dessas duas, também a empresa argentina Biogenesis obteve, em 2009, autorização para a produção da vacina. “As três têm reputação no mercado e cumpriram todos os pré-requisitos, sem privilégios ou tratamento especial”, finalizou o ministro.