Representantes do sindicato dos trabalhadores, das empresas e do Governo Municipal se reuniram ontem e ficou decidido por realizar mais uma rodada de negociação no dia 22 (Foto/Divulgação)
Sem avanço na negociação salarial, trabalhadores do transporte coletivo podem entrar em greve este mês. As concessionárias foram notificadas na última sexta-feira (9) sobre a paralisação de atividades, mas o início do movimento foi suspenso após reuniões realizadas ontem entre representantes da categoria, dirigentes das empresas e equipe do governo municipal.
No comunicado de greve, o Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo de Uberaba (Sintracol) manifestou que não houve avanço nas negociações com as empresas, pois nenhuma proposta de reajuste salarial foi apresentada à categoria e sequer houve abertura para tratar sobre outros itens da pauta de reivindicações.
De acordo com o presidente do Sintracol, Roberto Alexandre Vieira, a deflagração da greve foi suspensa porque ficou acertado que uma nova reunião será realizada entre as partes para buscar avançar nas negociações.
Vieira explica que o governo municipal pediu prazo de 10 dias para apresentar uma solução para as dificuldades financeiras apontadas pelas concessionárias. Com isso, uma audiência foi marcada para o dia 22 de setembro para nova tentativa de conciliação entre a categoria e as empresas. “Até essa data, não vai ter greve”, declarou.
Já o presidente da Transube (Associação das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Uberaba), André Campos, reconheceu que não foi apresentada proposta de reajuste salarial este ano aos trabalhadores, mas justificou que não houve condições de oferecer qualquer índice até o momento porque o custo dos insumos aumentou e o sistema está operando no déficit. "Não podemos fazer nenhuma proposta de reajuste, mas estamos mantendo todos os postos de trabalho, pagando todos os salários e benefícios em dia, mesmo com todo esse desequilíbrio contratual comprovado", argumentou.
Questionado, o presidente da associação manifestou que o subsídio mensal de R$ 500 mil pago diretamente pela Prefeitura não está sendo suficiente para compensar a alta nos custos para a prestação de serviço. "Atualizamos a planilha no primeiro semestre de 2022, mesmo com o subsídio recebido, o desequilíbrio mensal é de 1.374.183,75. Protocolamos todos os meses ofícios junto ao Município demonstrando a situação. Em julho, oficializamos a necessidade de reequilibrar o contrato, pois caso contrário, a única solução seria a redução da frota. Somente este ano o diesel subiu 64% impactando ainda mais nossos custos", finalizou.