Justiça negou pedido para revogação da ordem restritiva que proíbe os acusados no esquema dos chips telefônicos de se aproximarem da prefeita Elisa Araújo (PSD). A medida protetiva foi contestada no mês passado por Thiago Mariscal (PSDB), que é um dos denunciados no processo criminal.
O tucano argumentou que a situação estaria prejudicando a sua campanha a vereador nas ruas. A decisão negando a revogação da ordem restritiva foi proferida após o encerramento do primeiro turno das eleições, na última sexta-feira (11).
No despacho, a juíza da 1ª Vara Criminal da Comarca de Uberaba, Beatriz Auxiliadora Rezende Machado, posicionou que o pedido apresentado pela defesa de Mariscal não poderia ser acolhido porque o Ministério Público não dispensou a medida de afastamento.
Entretanto, a magistrada sinalizou a possibilidade de a questão ser revista no futuro, dependendo do resultado das eleições majoritárias. “Por ora apenas a vítima tem mandado eletivo em curso. Se houver simultaneidade de mandatos, a depender do resultado do segundo turno das eleições municipais, aí haverá necessidade de se ponderar sobre eventual modificação da extensão das medidas, visando a assegurar o exercício pleno das funções do conjunto de indivíduos politicamente eleitos”, continua a decisão.
Na decisão, a juíza ainda relata que os outros três acusados também foram procurados para se manifestar sobre o pedido de revogação da ordem restritiva. Apenas Vinícius Andrade foi citado e apresentou defesa, que será analisada posteriormente quando os demais denunciados forem localizados para manifestação.
Em agosto, a Justiça acolheu denúncia do Ministério Público contra quatro pessoas suspeitas de envolvimento na habilitação de chips telefônicos em nome da prefeita. Além de Mariscal, o diretor da Câmara, Rodolfo Natálio Araújo; o ex-candidato a vereador Vinícius Andrade Martins e o empresário Leonardo Pereira Alves vão responder a ação por crimes de associação criminosa, falsidade ideológica e difamação.
Os quatro acusados de envolvimento no caso dos chips foram proibidos por ordem judicial de ficarem a menos de 300 metros de distância da chefe do Executivo e, também, de manter qualquer forma de comunicação com a prefeita.
Alvos da ação preparam defesa contra as acusações para apresentarem à Justiça. Tanto Mariscal quanto Vinícius Martins manifestaram que vão provar a inocência no caso. Os demais acusados não foram localizados para comentar a situação.
Voto Nulo. Em postagem nas redes sociais, o vereador eleito Thiago Mariscal (PSDB) declarou voto nulo para o segundo turno das eleições municipais e afirma que apoiadores estão livres para escolher a melhor opção, seja Elisa Araújo (PSD), Tony Carlos (MDB) ou também anular o voto no próximo dia 27 de outubro.
No comunicado, o tucano ressaltou que apoiou o nome de Paulo Piau (PSDB) no primeiro turno, pois era um projeto em que teria liberdade para atuar na área de Saúde e Desenvolvimento Social. “Foi a única candidatura que me ofereceu essa chance. Nas demais, só me caberá fiscalizar o vencedor”, ressaltou. Mariscal até mencionou a ação referente ao caso dos chips, mas argumentou que não haveria sentido em manifestar apoio a um dos nomes que permanecem na disputa apenas para fazer oposição ao outro.