Fala foi dita nesta quinta-feira (25/9), em coletiva de imprensa sobre a Operação Fidelis, que mira o Comando Vermelho
O vice-governador de Minas Gerais e pré-candidato ao governo estadual, Mateus Simões (Novo), criticou nesta quinta-feira (25) decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) que, segundo ele, impedem o trabalho das forças de segurança em comunidades do Rio de Janeiro. A declaração foi dada durante coletiva de imprensa da Operação Fidelis, realizada em conjunto com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), com a presença do procurador-geral de Justiça, Paulo de Tarso.
Simões afirmou que a liminar concedida pelo STF, que restringe operações policiais em favelas durante a pandemia, ainda produz efeitos práticos e tem dificultado o cumprimento de mandados contra suspeitos investigados. “Enquanto a gente passa um ano discutindo a questão de anistia dentro do Congresso e a questão de processo de golpe dentro do Supremo, o Supremo até hoje não determinou o julgamento da DPF das favelas. E nós não conseguimos entrar dentro das favelas do Rio de Janeiro para cumprir os mandados de prisão dessa organização porque o STF não nos permite entrar dentro das favelas", disse.
Para Simões, a Corte está "discutindo apenas política". "Nós precisamos de uma reflexão do Supremo sobre prioridades em termos de segurança pública. Nós não podemos discutir que a Suprema Corte Brasileira fique discutindo apenas política. Deixa a política para a urna resolver. Vamos tomar conta de tema jurídico. Eles precisam acabar o julgamento e precisam reverter a liminar que foi concedida, porque hoje as polícias estão proibidas de entrar em operações estruturadas dentro das favelas do Rio de Janeiro".
"O que nós estamos criando são resorts do crime, onde essas pessoas podem ficar escondidas. Vários dos implicados nas investigações aqui não tiveram mandados expedidos contra eles hoje porque estão protegidos não é pelo crime organizado, estão protegidos pelo STF, que não permite a entrada estruturada das operações dentro da favela", avaliou.
Além da crítica às restrições em operações de segurança, o vice-governador também questionou a possibilidade de limitação de acesso das polícias aos relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
"A isso se soma o fato de que nós não temos acesso pleno aos relatórios dentro do Coaf, e há um pedido para seja restrigindo o acesso das polícias nos relatórios do Coaf, o que seria um absurdo, então meu pedido de sensibilidade ao Supremo, inteligencia financeira passa pela Receita Federal e o Coaf, nos darem os dados financeiros dos criminosos, afinal de contas, proteger dados de criminosos, para quê?
A Operação Fidelis, conduzida pelo MPMG em parceria com forças de segurança, mira o Comando Vermelho (CV), organização criminosa investigada por tráfico e lavagem de dinheiro no estado.
Fonte: O Tempo.