Logo após o inicio da sessão, o presidente da Câmara, Luiz Humberto Dutra (PDT), fez a leitura do parecer elaborado pela Procuradoria-Geral da Casa – recomendando a recondução
José Antônio Fernandes Cardoso (PSB) foi reconduzido ontem ao cargo de vereador, na abertura dos trabalhos em plenário no mês de junho. Logo após o inicio da sessão, o presidente da Câmara, Luiz Humberto Dutra (PDT), fez a leitura do parecer elaborado pela Procuradoria-Geral da Casa – recomendando a recondução – acerca da decisão do desembargador do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, Maurício Barros, que suspendeu a sentença de primeira instância que garantia a cadeira a Chiquinho da Zoonoses (PR).
Desejando boas-vindas ao pessebista, Dutra, porém, não deixou de reiterar que a Casa tem entendimento contrário ao do TJMG, tanto que já recorreu da decisão, segundo ele, por segurança dos seus atos. “Não queremos conflito entre os Poderes, apenas no campo das ideias”, afirmou o presidente, garantindo que vai tratar Cardoso com respeito enquanto perdurar seu mandato, mas, no recurso que o Legislativo protocolizou junto ao Tribunal, reitera que ele age de má-fé, assim como declarou em entrevista ao Jornal da Manhã.
O pessebista tem consciência da instabilidade da sua permanência no cargo, contudo, diz que é um lutador contra Golias, com todo seu aparato para impedir o desejo do homem público. Sem esclarecer quem de fato representa o personagem bíblico, à imprensa ele foi claro ao afirmar que Dutra o está acossando, falando a todo instante que a cadeira não lhe pertence. “Eu respeito a opinião dele, mas acho que a vaga é do partido”, reiterou Cardoso, que, ao usar da palavra em plenário e se dirigindo especificamente ao presidente, disse que nos dias que vier a passar na Câmara será seu amigo e companheiro de ideias.
De volta à Casa, ele ainda não tomou posse do gabinete a que tem direito – que está ocupado pela estrutura do mandato de Chiquinho – e diz que vai dar um tempo para que os assessores saiam em paz. À imprensa, Dutra revelou que poderá recrutar esse pessoal para atuar na Câmara e que solicitou uma análise da Procuradoria se assim pode proceder. Segundo ele, em uma análise preliminar, o Legislativo já gastou cerca de 15 mil reais com os acertos trabalhistas diante a tantas nomeações e exonerações.
A defesa de Chiquinho junto ao TJMG está sendo feita por um escritório de advocacia de Belo Horizonte. A reportagem do JM procurou seus defensores, mas eles passaram o dia em reunião e até o fechamento desta edição não haviam retornado as ligações.