POLÍTICA

Ministra Dilma Rousseff não garante unidade da Petrobras

“Eu acho que é viável ter uma planta de amônia aqui na região. Não acho que é um processo imediato.”, essa foi a declaração de Dilma, em visita a Uberaba

Gisele Barcelos
Publicado em 18/03/2010 às 09:01Atualizado em 20/12/2022 às 07:29
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“Eu acho que é viável ter uma planta de amônia aqui na região. Não acho que é um processo imediato.” A declaração da ministra Dilma Rousseff (PT), em visita a Uberaba ontem, representa parcialmente um banho de água fria nas expectativas dos políticos locais. Na semana passada, o anúncio do governador Aécio Neves (PSDB) sobre a construção do ramal do gasoduto até Uberaba atiçou novamente a esperança de conquistar a primeira fábrica de nitrogenados do país, mas é possível que o município tenha que aguardar um pouco mais.

A ministra reconhece que o empreendimento no Triângulo Mineiro é viável porque existe demanda para tal. Entretanto, ela explica que o processo não é imediato porque o gasoduto leva entre dois a três anos para ser construído. “E é partir daí que você tem uma planta de amônia”, acrescenta. Uberaba hoje concorre com Três Lagoas (MS), onde o gás já está disponível, para sediar a fábrica da Petrobras.

Por outro lado, Dilma reacende as expectativas ao ressaltar que o projeto não será único. Segundo ela, o Brasil precisa diminuir a dependência de importação de fertilizantes e o governo federal persegue esta estratégia, estudando a implantação de outras unidades nas regiões produtoras do país. “Depende de quem estará no governo e dos investidores, mas, do ponto de vista nosso, do governo Lula, tem de haver plantas de amônia e ureia espalhadas em várias regiões, no Centro-Oeste, aqui [no Triângulo], em todas as grandes regiões produtoras de grãos, se for possível. E para ser possível tem que ter gás perto”, analisa.

De acordo com a ministra, faz sentido instalar uma fábrica de fertilizantes nitrogenados perto das áreas de produção agrícola, pois a iniciativa diminuirá o custo logístico e representará vantagens para os agricultores.

O prefeito Anderson Adauto (PMDB) entregou documento à ministra comunicando sobre a construção do gasoduto São Carlos-Uberaba. No documento, AA reforça a posição do município como maior complexo industrial de fertilizantes e destaca que o polo importou sozinho 1,3 milhão de toneladas de ureia em 2008. Também é colocada a existência de área no Distrito Industrial 3 com licença ambiental aprovada, além de infraestrutura para produção e escoamento.

Declarando-se muito satisfeito após a conversa com a ministra, Anderson afirma que a necessidade do gasoduto era há tempos alardeada por ele próprio. O prefeito acredita que com a palavra do governador de Minas, Uberaba está em condições de receber a fábrica. Quanto à vantagem de outras regiões onde o duto já está em operação, AA admite que existem problemas a ser pensados como o licenciamento ambiental para o ramal Triângulo. Apesar disso, ele argumenta que se o gasoduto é obra para três anos, a fábrica tem o mesmo prazo para conclusão e o importante é começar os dois projetos juntos. “Nós conversamos tudo. Está tudo caminhando bem. Vice-presidente José Alencar está trabalhando isso. Vamos ver o que conseguimos”, concluiu.

BR-262. Em pronunciamento no Jardim Copacabana, o prefeito solicitou a inclusão da duplicação da BR-262, de Nova Serrana a Uberaba, na segunda etapa do PAC, a ser anunciado este mês. Anderson disse querer entre abril e março receber a ministra com festa para comemorar a obra. E Dilma respondeu no mesmo tom, sinalizando a garantia de recursos: “Quero que Anderson cumpra a promessa de fazer a festa”.

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