O prefeito Anderson Adauto não faz mais segredo que vê o seu ainda correligionário Marcelo Borjão como um vereador da base que tem procurado desgastar o seu Governo. “Como gestor do PMDB, acho que ele não está sendo correto”, disse AA, ao comentar a nova representação contra o peemedebista junto à Executiva e a Comissão de Ética do partido. Desta vez a solicitação é clara ao defender que seja expulso da agremiação, face ao seu comportamento que é visto como mais de oposição do que o praticado pelos legisladores que de fato pertencem a outro grupo político.
A proposta de Borjão em instalar uma Comissão Especial de Investigação (CEI) sobre o Centro Operacional de Desenvolvimento e Saneamento de Uberaba (Codau) foi a deixa para o PMDB pressionar sua Comissão de Ética a tomar uma posição mais enérgica. A punição então aplicada a ele – depois de quase três meses de trabalho – não teve efeito prático, já que foi suspenso por seis meses da liderança da bancada na Câmara, posto para o qual já havia pedido afastamento.
Para AA, vereador do mesmo partido do prefeito pedir uma CEI, mecanismo extremo na política brasileira, demonstra destempero. Uma ação como essa se dá quando existe um fato concreto, provas, acrescenta Anderson Adauto, ao passo que quebrar uma bomba não serve de motivação. A bomba a que ele se refere estava instalada no poço profundo do Centro de Reservação 6, que, por conta deste problema, deixou milhares de pessoas sem água por cerca de 15 dias, entre agosto e setembro deste ano.
O prefeito insiste que se Borjão não está satisfeito, já lhe foi garantido que ninguém vai reivindicar sua cadeira na Câmara, ou seja, nas entrelinhas AA o está convidando a se desfiliar do PMDB. “Nós queremos mandato é nas urnas, dentro do processo democrático”, assegurou. Para ele, como seu governo está bem avaliado e um integrante da base pratica exageros desta forma, a Executiva do partido está preocupada e quer que alguma decisão aconteça. “Só pedi que, se for possível, o que tiver que acontecer que seja antes do prazo final de filiações, para que o Borjão, apesar de tudo que está fazendo com a minha administração, não seja prejudicado e amanhã fique sem condições de participar do pleito”, afirmou Anderson Adauto.
Rebate. Vinte e quatro horas depois de ter optado pelo silêncio ante a nova representação – a qual oficialmente alega ainda não ter recebido –, Borjão soltou o verbo e acusou o prefeito de estar por trás desta manobra. “Ele é falso e manipulador, mas não tem coragem de assumir o que está fazendo”, disparou o vereador, para quem o PMDB não o está valorizando. Além disso, o ainda peemedebista reitera que não veio para a política para ser cordeiro, como muitos pelo País.