Presidente da Cohagra, Gledston Moreli, o Dê, foi sabatinado ontem na retomada dos trabalhos da Câmara Municipal (Foto/Rodrigo Garcia/CMU)
Câmara Municipal retoma sessões de agosto com sabatina ao presidente da Cohagra (Companhia Habitacional Vale do Rio Grande), Gledston Moreli, o Dê. Ele havia sido convocado em abril para prestar esclarecimentos sobre os custos do projeto da fábrica de casas pré-moldadas, mas não compareceu na época. Presente à sessão de ontem, o dirigente da autarquia respondeu questionamentos dos parlamentares, por quase duas horas.
Gledston não especificou os valores aplicados no projeto da fábrica de casas pré-moldadas, mas informou como deverá funcionar o processo para viabilizar a construção dos imóveis.
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Segundo o presidente da Cohagra, não haverá exigência de pagamento de entrada. Moreli afirmou que acordos já estão sendo tratados com o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal para viabilizar o financiamento do valor integral do imóvel.
O dirigente da autarquia ainda posicionou que foram identificadas áreas com custo menor para a construção das casas pré-moldadas, o que viabilizará valor menor por unidade e um financiamento acessível com parcelas em torno de R$700.
Durante a sessão, o vereador Tulio Micheli (PSDB) questionou de quem seria a responsabilidade de construção dos imóveis, mas não obteve resposta. O parlamentar também levantou dúvidas se efetivamente haverá recursos para aplicar nas obras, insinuando que o projeto corre o risco de não sair do papel.
Esclarecimentos sobre o Alfredo Freire 4
A retomada de obras do Alfredo Freire 4 também foi abordada durante a sabatina ao presidente da Cohagra ontem, porém o líder do Executivo na Câmara, vereador Almir Silva (Republicanos) foi quem trouxe informações atualizadas sobre o imbróglio.
Coube ao líder do Executivo na Câmara explicar a situação das obras do Alfredo Freire 4 (Foto/Rodrigo Garcia/CMU)
O parlamentar relembrou que um procedimento foi instaurado pelo Ministério Público e a situação da infraestrutura dos imóveis e das redes de esgoto, água e drenagem do conjunto habitacional está sendo avaliada.
Segundo Almir, já houve um parecer técnico que descartou a possibilidade de demolição das casas construídas no passado. Porém, ainda resta um posicionamento sobre a condição do restante da infraestrutura.
O vereador salientou que o governo federal já anunciou R$10 bilhões de recursos para a retomada e conclusão de obras paralisadas na área habitacional em todo o país. De acordo com ele, articulações foram feitas junto ao Ministério das Cidades e houve o compromisso de destinação de, aproximadamente, R$50 milhões para concluir o Alfredo Freire 4 em Uberaba. No entanto, é preciso a liberação do Ministério Público quanto ao loteamento para avançar com o processo. “Temos a promessa da liberação do dinheiro, a partir do momento que a Promotoria liberar a área”, disse.
O contrato para a construção das 540 moradias do programa Minha Casa Minha Vida foi assinado em 2013 entre a Caixa e a primeira construtora. A previsão legal era de que a obra no Alfredo Freire 4 fosse entregue em 2016, mas a empresa abandonou o canteiro. Em 2019, outra construtora assumiu o serviço e, também, desistiu do contrato.
Retomada de obras no Alfredo Freire 4 está na lista de empreendimentos a serem contemplados com recursos do novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).