Acionado por causa das denúncias de uso indevido da cota aérea por parlamentares, Tribunal de Contas da União (TCU) determinou à Câmara Federal pedir o ressarcimento das passagens utilizadas irregularmente por deputados. Os casos serão analisados pelo Controle Interno da Casa, que vai detectar se houve uso indevido da cota. Cerca de 400 políticos aparecem no escândalo da farra das passagens, viajando às custas da Câmara, mesmo após o término do mandato ou para transportar parentes. De Uberaba, figuram na lista os deputados Marcos Montes (DEM) e Paulo Piau (PMDB), que levaram familiares em viagens internacionais com passagens da cota parlamentar. MM foi para Nova Iorque, enquanto Piau para Londres. Questionado se existe preocupação com o posicionamento do TCU, Piau afirma não ter qualquer problema sobre a decisão porque já devolveu os recursos à Câmara. Ele argumenta que o uso da cota não foi irregular, mas preferiu tomar a providência para evitar dúvidas que comprometessem a imagem política. “Era uma prática usual na Casa, mas no caso de dúvida, por que ficar com peso? É melhor saudar logo a dívida para não se desgastar por bobagem. Foi uma atitude unilateral e espontânea”, acrescenta. O deputado Marcos Montes também afirma estar tranquilo quanto à apuração do uso das passagens. Ele não acredita que será chamado a devolver os recursos pela Casa e relembra que, na época, não havia legislação proibindo a prática de utilizar a cota para viajar com parentes. “Quando usamos, era permitido pela Câmara daquela forma. Há 50 anos era natural. O que o Tribunal está buscando é quem vendia e comercializava as passagens. Isso não me afeta, absolutamente”, encerra.