A recondução de Chiquinho da Zoonoses (PR) ao cargo de vereador na segunda-feira, dia 20, abriu, em plenário, a discussão sobre a reforma política em pauta no Congresso Nacional. Ao fazer uso da tribuna, o segundo-secretário do Legislativo, João Gilberto Ripposati (PSDB), sugeriu à Mesa Diretora – da qual faz parte – que redija um documento oficial a ser caminhado à Câmara dos Deputados e ao Senado, relatando a situação vivenciada em Uberaba, com a dança das cadeiras protagonizada pelo republicano e José Antônio Fernandes Cardoso (PSB).
Aos seus pares, Ripposati ponderou que enquanto a reforma não sair de fato, situações como essa, de constrangimento e incerteza, continuarão a existir. “Vamos manifestar ao Congresso”, pregou o vereador tucano, que encontrou respaldo no primeiro-secretário da Mesa, professor Godoy (PTB). Na opinião dele, a Câmara de Uberaba está pagando o preço imediato da falta de uma reforma política que há anos é discutida, mas nunca sai completamente do papel. O petebista, porém, teme que seja feita uma reformulação parcial, que não contemple todos os temas pertinentes como sistema eleitoral e regime de governo.
Desta forma, prossegue, as discussões no Congresso devem se ater a questões mais urgentes, visando a atender ao pleito do ano que vem, quando os brasileiros irão às urnas para escolher os prefeitos e vereadores dos mais de 5,5 mil municípios espalhados nas cinco regiões do País. Entre os assuntos em debate por deputados federais e senadores figura a introdução da eleição majoritária para os cargos nos parlamentos. Na prática significa dizer que o candidato mais votado será eleito, ao que Godoy diz ser contrário.
Para ele, em se adotando esse sistema, o poder econômico terá um peso ainda maior no processo eleitoral, praticamente excluindo do cenário político os chamados partidos nanicos. Assim como ele pensa Jorge Ferreira (PMN), que, na defesa da manutenção das eleições proporcionais, lembra que não fossem as coligações em 2008, não estaria exercendo seu mandato de vereador, assim como Godoy e José Severino (PT). O presidente da Casa, Luiz Dutra (PDT), sugere às agremiações partidárias que se estruturem muito bem, pensando que irão sozinhas para a disputa no ano que vem.
Jorge também é favorável à introdução do voto facultativo, ponderando que o eleitor vai às urnas por obrigação e muitas vezes sequer sabe em quem votar – ou logo se esquece em quem votou. Ele avalia que a partir do momento que este ato não for mais obrigatório, o político terá que ir às ruas, se mostrar, conversar, expor suas propostas, mobilizando o eleitorado, que se sentirá motivado.