POLÍTICA

Troca de farpas e de xingamentos baixa o nível entre vereadores

Discussão sobre a exoneração da diretora da Escola Municipal Santa Maria, que deveria dar a tônica da reunião plenária de ontem, se transformou em um assunto secundário

Renata Gomide
Publicado em 18/05/2011 às 00:44Atualizado em 20/12/2022 às 00:16
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A discussão sobre a exoneração da diretora da Escola Municipal Santa Maria, que deveria dar a tônica da reunião plenária de ontem no Legislativo, se transformou em um assunto secundário depois que o nível baixou entre os vereadores. Com direito a transmissão ao vivo pela TV Câmara, Marcelo Borjão (PMDB) mandou o colega Jorge Ferreira (PMN) tomar no c..., porque não gostou do comentário sobre a ausência de pais e professores da instituição de ensino na manifestação que se deu na galeria da Casa, tomada em sua maioria por estudantes e representantes sindicais.

Em que pese Borjão ter dito tal impropério baixinho – e enquanto Samuel Pereira (PR) fazia um pronunciamento –, o som vazou para a TV e, no plenário, a maioria dos vereadores ouviu. Um deles, que pede para não ser identificado, teme que uma hora algum colega alvo de críticas não se contenha e avance sobre Borjão, o que, na sua opinião, será péssimo para a imagem do Legislativo.

Mas se os microfones gravaram o palavrão, as câmeras não captaram o momento em que o peemedebista deixou sua cadeira e chamou o colega para fazer o mesmo, dando a impressão de um acerto de contas, o que causou um desconforto generalizado. O fato é que Borjão foi tachado por Jorge de fazer muito barulho para aparecer, o que o deixou irritado. Do alto da tribuna e após o ato em prol da diretora exonerada, o peemedebista chamou o colega de covarde porque criticou a ausência dos pais e professores, mas não se deu ao trabalho de conversar com os alunos que ali estavam, e mais: “Eu faço barulho defendendo a população, ao contrário do senhor, que toca violão em velório”.

Um silêncio pesado tomou conta do plenário e quem esperava uma reação na mesma moeda se surpreendeu: Jorge Ferreira preferiu não dar vazão ao assunto e se limitou a dizer que faz orações nos funerais, mas não sem antes ter brincado que Borjão deve gostar de velório, porque está quase sempre de terno preto. À imprensa ele disse compreender o estilo do colega e que não iria entrar no “oba-oba dele” até mesmo para não polemizar, mas considera que cabe à Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Casa tomar uma atitude.

O presidente da Comissão, vereador Afrânio Cardoso de Lara Resende (PP), que disse não ter ouvido o xingamento – e já havia ido embora quando Jorge foi chamado de covarde –, afirmou ao Jornal da Manhã que pretende discutir o caso em uma reunião. Vale citar que o próprio Borjão é suplente da comissão, que tem ainda como relator José Severino (PT) e vogal Almir Silva (PR).

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